skip to main | skip to sidebar

Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

  • Início
  • Postagens
  • Comentários

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Divina Comédia

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, dezembro 14, 2020


A hora que Deus ri mais alto

É quando o homem acredita

Que pode ou deve controlar a vida

Ou pior, por ela ser controlado


Deus riu das ovelhas desesperadas

Não entenderam a divina comédia

Enquanto uns temiam a tragédia

Outros amavam o tremor nas pernas


Era Deus vibrando no corpo

Que gargalhou quando o jovem

Segurando as palavras com esforço

Viu o senhor dizer como esboço

O que deveria ser arte final


Não esperou o jovem tomar coragem

De admitir verdades

Condenadas pela moralidade


É que a arte tem o tamanho de Deus

Artista do firmamento

Já sabia que fazer vida nascer

Requer lançar-se em viver


Numa dança de olhares perigosos

Tanto quanto necessários

Mas não se preocupe a toa

Viver é bom demais

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Madruga

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, novembro 16, 2020

 

Eu encontrei a madrugada

Ou foi ela que me encontrou

Eu naveguei por ela

Ou ela me navegou

 

A gente sempre se arremessa

Nas ideias que buscam florescer

E faz descoberta

De véu de adormecer

 

Desvela-te, poeta

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Ao descer

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, novembro 13, 2020

 

Ao descer do céu

Estrelinha me disse:

Pai, quando a gente tá no céu,

Quer ficar na terra

Quando a gente está na terra

Quer estar no céu.

eu, Pai, insisto

o melhor lugar é onde a gente está

só lá é possível existir

é onde brilha sua contemplação sacra

enraizada em ti

turbina e freio de ti, de tua forma, de tua expressão

da licença exclusiva e irreplicável que todos nós temos

para ser o que somos

únicos, singulares.

Estrelinha retruca: Painho é maluco

Mas é lindo

Me abraça e finge que sou um Pokémon

Imagina que pode me usar para os perigos

E simbolicamente,

Tomara que possa

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

Era só o que faltava

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, novembro 13, 2020

 

O que me faltava era poema, seu moço

Fui buscar com muito esforço

Água do fundo do poço

Que ela já está se acabando

Mas começa de novo

No universo em novos meandros

 

Vi afluentes constantes

Tornarem-se escassas fontes

Por degradação e violência

Exploração de sua potência

 

Vi poço resistir firme

A quebra e combustão

De fluentes incríveis

de irmã e irmão

 

Já faltou subsidio básico

Para existência de uma cultura

Para seu sustentamento

Para sua semeadura

 

Que faltar poema é bronca safada

Poema a gente faz, seu moço

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Texto Aéreo 10 - Alvorada

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, novembro 06, 2020

 A Lua me chama

Como sempre chamou

Seu olhar me congela

Ainda assim eu vou


Sem saber muito bem como

Sem saber muito bem porque

Não saber é caminho

Para quem deseja viver


Não me importa encontrar sentido

Me importa caçar o sentido

Como caça o cacoblo 7 flechas

Mas não se engane, 

Buscar é a meta

Encontrar é o fim


Todos findamos

Antes de lágrimas verter

Tenho só um pedido a lhe fazer


Desconecte-se, vá olhar o nada

Que a vida não se repete

E todas as belezas prometem

Sumir na próxima alvorada

Tu és alvorada


0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Texto Aéreo 9 - Cantei pra Lua

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, novembro 05, 2020

Uma bela noite

Um violão desajustado

Um tocador desajustado

Um repertório colonizado


Eu não ia cantar

Mas a Lua era crescente

A estrela Dalva estava tão perto dela

Que precisei alumiar a cidadela


Cantei para a Lua

Como nunca havia cantado

Como quem reconhece 

Sua insignificância 

Perante os Astros


E os mortais cantaram comigo

Aplaudiram e acharam lindo

Meu sotaque Pernambucano

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Texto Aéreo 8 - São Paulo

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, novembro 04, 2020

 Sobrevoar São Paulo é emblemático

Ver tão miúdos os prédios tão altos

As casinhas e estradas engolindo

O verde que falha em manter o ar limpo


As nuvens macias 

Não revelam o Co2 emitido

Nem as águas poluídas

Nem o Tietê putrefado

Pela cidade crescida


Pelo que que as pessoas acreditam

O que seria o progresso

Escrito na nossa bandeira

De lema controverso


Acho que ia pegar mal

Se tivessem escrito:

"Manipulação e morte da natureza"

Ou

"Nenhum índio fica vivo"

Ou

"Rua para negros, castelos para gringos"


Antes de defender o progresso

Você já se perguntou

Para onde estamos progredindo?

Pegando o último pau de arara

Do Recife querendo ser Rio

Ou São Paulo

Tanto quanto Brasil 

querendo ser Estados Unidos

Que foram muito eficientes

Em exterminar sua cultura indígena

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Texto Aéreo 7 - Anum

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, novembro 03, 2020

 No frio as pessoas ficam mais chiques

É o que dizem

Nestes dias que passei no Sul

Houve exceção, dias quentes de verão


E por várias vezes

Pude andar descalço

Como é de meu agrado

Embora ganhasse olhares espantados

Dos pés a cabeça


Para meu deleite, é claro

Quem me conhece sabe

Maior motivação para fazer algo

É alguém me dizendo pra eu não fazer


Como o anum branco que pude ver

Sozinho, cruzou meu caminho

Diferente de Paulista

Onde andam em bandos de trinta


E variam entre serem brancos e pretos

Seus cantos escondem segredos

Que só minha mata amada sabe

E jamais lhe dirá por via de poema algum


Trate você de ir na trilha

Contemplar o anum

Ou contente-se com esse registro falso

De sua majestosa e divina beleza

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Texto Aéreo 6 - Rio Guaíba

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, novembro 02, 2020

As margens do Rio Guaíba

Na cidade de Porto Alegre

Vi passar chibatas

Disfarçadas de cacetete


Ou eu delirava?

Tamanha beleza de tudo

Talvez me deixou confuso


Mas não entendi

A quantidade de fuzis

Que haviam dentro daquela viatura


Não sei qual era o mal

Que tentava ocultar o crepúsculo

Que meu estranhamento

Parecia ser exdrúxulo


Mas que monstro precisava

De tamanha força de guerra

Para ser morto

Em uma tarde tão bela?


Famílias andavam sem máscaras

Em meio a uma Pandemia

Garotas rebolavam 

Ao som que as incitava


Pessoas fumavam várias ervas

Tomavam chimarrão

Outras pedalavam sem cuidado

Ou direção

E a morte passeava no meio da multidão


Havia uma placa informando

Que as águas eram poluídas

E impróprias para banho


Uns passeavam de jet ski

Outros de lancha

Outros descalços a margem

Eram crianças

E a morte nadava por ali


E até agora eu não entendi

que monstro precisava

De tamanha força de guerra

Para ser morto

Em uma tarde tão bela?



0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sábado, 31 de outubro de 2020

Texto Aéreo 5 - Favela

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, outubro 31, 2020

Barbaridade

É a ferida histórica que ainda sangra

De ancestrais que não podiam

Cuidar de suas feridas


Capaz

De suportar tortura que não estanca

De ancestrais que fingiam

Não odiar suas lidas


E seus descentes

Após terem condições

De ter os bolsos cheios de dinheiro

Seguem enriquecendo os barões


Gastando milhares em luxos

Que oprimem irmãos e irmãs

Que ainda se sentem culpados

Por não ter ostentações


Ou filtro do Instagram

Para ocultar imperfeições

Éramos perfeitos, harmonizados

Até chegar o invasor

E nos ter usurpado


É por essas e outras

Que no meu coração

Sempre haverá uma favela



0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Texto Aéreo 4 - Espinhoso Gramado

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, outubro 30, 2020

 Gramado é uma cidade linda

Com árvores que me foram inéditas

As araucárias gigantes e sérias

Que muito me inspiraram ideias


Quando treinei movimentos de base

Na grama que possuía espinhos

Filhos das árvores gigantes

Que dificultavam o caminho


Mas foi gingando devagarinho

Sentindo o que precisava ser sentido

Que fui limpando o espaço

Para com mais confiança

Poder pisar descalço

Sob aquele gramado


Gramado é uma cidade linda

Onde tudo é muito caro

De refeição a chaveiro

Nada sai barato


Estradas lindas repletas de Pinheiros

Onde ao chegar reflito:

Porque tão poucos negros?

Lá vem Buga Mel favelar o texto…


Que posso fazer eu?

Se vejo em cada tijolo

O trabalho escravo 

Que fingiu findar-se em 1888?


Nada

ou pelo menos

Fazer um jogo solo

Em frente a catedral de pedra

Embora calçado

Depois

Treinar descalço

em espinhoso Gramado



0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Texto Aéreo 3 - Conexão once a Poa Time in Rec

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, outubro 29, 2020

 Era uma vez em Porto Alegre

Um porteiro que viu tudo

E disse a uma moradora

Do condomínio


Que o homem nervoso

Afirmava o inverossímil

E uma mulher nervosa

Afirmava um raciocínio


Que não querendo mais debater

O homem atirou o celular na piscina

Que não era a prova d'água

Enquanto isso eu me lembrava


De um garoto do recife

Me contando porque foi tomar

De uma velhinha indefesa

Seu aparelho celular


Provavelmente você não vai entender

Porque está lendo esse poema

E certamente pôde ter

Acessos que esse jovem não teve

Por isso não vou me estender


Mas os diversos outdoors

Tentam convencer

Que só há felicidade

Naquilo que não se pode ter


E quando você tiver

Já haverá um novo modelo

Para te enjaular no gelo

Do doentio consumo

De devorar tudo



0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Texto Aéreo 2 - Desacompanhado

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, outubro 28, 2020

 

Quem gosta de me ler

Talvez ande triste ou decepcionado

Por procurando poema

No meio do caminho ter voltado


Que Manoel Bandeira me ensinou

Na evocação do recife, A pobreza da sintaxe 

E Mestre Neném de Olinda, cidade mais antiga

Me ensinou a melhor parte


De lá pra cá

Tenho escrito, falado e lido

Mais o que falam as ações

As belezas dos corpos e suas pulsões


Ainda assim, no corpo da criança

Que viajava sozinha

Nas fileiras Premium

Havia uma plaquinha:


"Menor Desacompanhado"


De todo resgate social

Que o Mestre tem me ensinado

De crianças altivas, famintas, viradas

Descalças, abandonadas, emocionadas


Fico aqui me perguntando

Se é porque elas não são

Premium

Que elas não carregam placas


E é melhor que não carreguem

Pois certamente seriam

Ainda mais alvejadas


Nosso Premium é seu sorriso

O do estado é a bala



0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Texto Aéreo 1 - Anunciação

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, outubro 27, 2020

 Eu passei dez dias no sul

Para cada dia, havia um poema

Que não escrevi na agenda

Mas escrevi no imenso azul

 

São textos aéreos

Escritos enquanto estava

Pairando entre nuvens

Que me inspiravam

 

Todos no vôo de volta

No qual ganho mais asa

Que também sendo Luiz

Não posso esquecer a fala

 

Que o melhor da festa

É sempre voltar pra casa

 


1 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

domingo, 9 de agosto de 2020

Um dia dos pais

Cantado por Luiz Veloso /Quando? domingo, agosto 09, 2020

 

Um dia dos pais

Um domingo chuvoso

Ainda assim um céu claro

Resplandece aos poucos

 

Aos poucos que olham para o infinito

E aos menos ainda que não piscaram

Quando o infinito olhou de volta

 

Mas de volta,

O dia está lindo, eu estou lindo

Meu pai se orgulharia, tenho certeza.

Ele disse que queria que um de seus filhos

Pendesse para o lado da música

 

Pai, eu pendi.

Ainda assim, afasta de mim esse cálice

Essa ilusão mórbida de estabilidade

Essa densidade estática de valores

Esse aumento de salário para calar-lhe o instinto

 

Que de tão suprimido

É só obediência e execução

Sem espaço para coração

 

E é um domingo chuvoso

O dia dos pais fica terno e ameno

E só consigo pensar na mãe incrível que tive

 

Aquieta-me o espírito ver minhas meninas

Cochilando por vezes

Por entre minhas razões para acordar

 

Um lindo, terno e ameno

Dia dos pais

Onde pude pedalar até a santa

E junto ao mestre dizer odoyá

Grato as correntes negreiras

Que me arrastaram pra lá

 

Que está cravado na minha história

Este poema cômico

Que venho tecendo entre colinas de mim

O balançar a cabeça como reprovação

Ao homem de camisa social

Pescando com a rede de arrasto

Onde claramente devia ser rede de espera

 

Pois aprendi a pescar com meus tios

Na encantada ilha de Itamaracá

Onde acumulei mais saberes

Que qualquer obra possa comportar

 

E desses todos,

Dançar na ciranda de Lia

No côco de Selma

Subir no pé de azeitona

Atravessar o mangue a nado

Conversar com o mar

Jogar bola descalço

E comer picolé de côco com chocolate

São só ínfima parte

 

O resto,

É só um dia dos pais chuvoso, terno, lindo e ameno

 

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sexta-feira, 6 de março de 2020

Água de Beber, Camará

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, março 06, 2020
Na vinda pra cá
Eu não parava de olhar o mar
E de como as nuvens fazem parte
Da beleza da divina arte

No infindo azul e branco
A garganta segura o pranto
De lembrar que os ancestrais
Não foram acomodados em paz
Mas a gente vai
Que eles abriram alas
Para a gente manter a cultura viva
Temos muito sangue ainda
Para regar a estrada da conquista

Eis que há terra à vista
Os Maltas chegam na Bahia
Conhecem a academia de mestre bimba
Jogam capoeira no Pelourinho
Apreciam a bela vista
Do mercado modelo, da casa de Jorge Amado
Sobem a ladeira da preguiça num passo empolgado
Dentre mestres de todo o Brasil são considerados
Água de Beber, camará


0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Fumaça do Caixão

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, fevereiro 24, 2020
Passávamos pelo beco do caixão
Carregando nossos tambores
Forte sol e suas cores
Nossas lutas e amores
Os descasos sem pudores
E algum incendiário havia ateado um fogo
Em um canto do beco
E havia uma tênue fumaça
E vindo a mim minha criança
Estrelinha me disse:
Pai, a gente passou na fumaça dos fantasmas
Buga mel me disse:
Estrelinha, isso é um poema?
Estrelinha disse de pronto:
Não
Mas já em casa
Eu ouvia um Rap
De um sol que ainda não nasceu
Sob uma suave melodia
Estrelinha parou e reconheceu:
Pai, ele tá falando poesia!
0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Quase Vida

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, fevereiro 20, 2020
Foi de quase em quase
Que quase que o humano se perdia
Em problema de expectativa
Foi quase como lanterna ao dia
Quase que o humano sabia
onde estava Deus
Foi de não aceitar o luto
Que se fez nascer o quase

Esse pensamento remoto
Do que fatalmente não foi
Como a vida pode ser
Tanto quanto não ser
Simultaneamente
Mas nunca esta perdição, esse desperdício
Que é o quase
A vida nunca é quase
E quando for, é porque não é mais
Mais luto para os demais
Levantem e andem

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Tudo Ruirá

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, fevereiro 19, 2020
Em suas carruagens o clero segue intocável
Blindado de convenções excludentes
Expurgam a vida da gente
Como fosse um pecado deplorável

Os que não entendem o porque ganhar
Não se motivam para lutar
E não fazem questão alguma do camarote
Sabem que a plebe é mais forte

E os pés descalços pedem o barro
O chão, a areia, o contato
Que o dinheiro e a fama desconhecem
O prestígio solene de quem não se esquece
Que um dia tudo ruirá


0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Das Falhas

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, fevereiro 06, 2020
De não ver a falha
Que é própria da vida
Que é a própria vida
Criaram estes mecanismos de punição
Para que possam gozar com perversão
O quanto correm da própria imperfeição
Do poema que não tem métrica ao poeta sem educação
Da arte que não se mede, mas se pede com emoção
Da educação por bala ao corpo no chão
Do chão sem asfalto ao luxo do avião
Do avião da boca à boca do coração
Dos sangues nos canais aos canais de televisão
Dos sangues nos jornais aos bancos de doação
Dos bancos na praça, ao dono do banco ladrão

De tanto ver as falhas da vida
Das fissuras na muralha ontem construída
Brotam jasmins, orquídeas, Lótus e Bonsais
Que todos os acertos são de argila
Para martelo de erro e tentativa
Para buscar a fala mais assertiva
O poeta se cala com sua sabedoria
Mas dança consigo a dança mais atrevida
De olhos nos olhos, suor e saliva
Nos melhores dias, a lágrima lhe visita
Lhe fazendo negar e afirmar a coisa mais bonita
De que tudo é menos chegada que partida
E todos os textos, por fim, são macaqueadas lusíadas

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Quem Somos

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, janeiro 06, 2020
Somos também todas as coisas que negamos
Somos as coisas que falamos
Há afirmação pela negação
Há defesas contra nossa escuridão

Somos ainda mais o que calamos
Somos a música que dançamos
Há vozes que silenciamos
Há silêncios que inventamos

Para nos proteger
Ou proteger além
Para destruir-nos
Ou destruir além

Através dos sentidos
Somos o que sentimos
E sabemos quem somos
Até tentar explicar, definir, enquadrar
Aí já não sabemos mais

0 comentários
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial
Assinar: Postagens (Atom)

Fotos Fatos Fetos Poéticos

  • Flagrados (22)

Quem sou eu

Minha foto
Luiz Veloso
De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
Ver meu perfil completo

Aos Leitores

Seja para alcançar a glória, seja para manter a mente ocupada
seja para enaltecer-me, seja para julgar-me nada
seja para tardar o amanhecer, seja para não acordar...
eu escrevo!
para vocês que suportam.

Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

  • ►  2023 (71)
    • ►  setembro (12)
    • ►  agosto (13)
    • ►  julho (21)
    • ►  junho (1)
    • ►  abril (12)
    • ►  março (4)
    • ►  fevereiro (6)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2022 (13)
    • ►  dezembro (11)
    • ►  novembro (2)
  • ►  2021 (5)
    • ►  novembro (3)
    • ►  maio (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ▼  2020 (21)
    • ▼  dezembro (1)
      • Divina Comédia
    • ►  novembro (8)
      • Madruga
      • Ao descer
      • Era só o que faltava
      • Texto Aéreo 10 - Alvorada
      • Texto Aéreo 9 - Cantei pra Lua
      • Texto Aéreo 8 - São Paulo
      • Texto Aéreo 7 - Anum
      • Texto Aéreo 6 - Rio Guaíba
    • ►  outubro (5)
      • Texto Aéreo 5 - Favela
      • Texto Aéreo 4 - Espinhoso Gramado
      • Texto Aéreo 3 - Conexão once a Poa Time in Rec
      • Texto Aéreo 2 - Desacompanhado
      • Texto Aéreo 1 - Anunciação
    • ►  agosto (1)
      • Um dia dos pais
    • ►  março (1)
      • Água de Beber, Camará
    • ►  fevereiro (4)
      • Fumaça do Caixão
      • Quase Vida
      • Tudo Ruirá
      • Das Falhas
    • ►  janeiro (1)
      • Quem Somos
  • ►  2019 (19)
    • ►  novembro (3)
    • ►  julho (6)
    • ►  março (10)
  • ►  2018 (42)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (2)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (14)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (8)
    • ►  janeiro (11)
  • ►  2017 (77)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (7)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (8)
    • ►  agosto (4)
    • ►  julho (8)
    • ►  maio (14)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (14)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2016 (25)
    • ►  dezembro (14)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2015 (5)
    • ►  agosto (1)
    • ►  junho (4)
  • ►  2014 (2)
    • ►  setembro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2013 (8)
    • ►  julho (3)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (1)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2012 (17)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (2)
    • ►  setembro (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2011 (29)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (3)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (4)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2010 (18)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (3)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (3)

Os que suportam...

 

© 2010 My Web Blog
designed by DT Website Templates | Bloggerized by Agus Ramadhani | Zoomtemplate.com