Era uma vez em Porto Alegre
Um porteiro que viu tudo
E disse a uma moradora
Do condomínio
Que o homem nervoso
Afirmava o inverossímil
E uma mulher nervosa
Afirmava um raciocínio
Que não querendo mais debater
O homem atirou o celular na piscina
Que não era a prova d'água
Enquanto isso eu me lembrava
De um garoto do recife
Me contando porque foi tomar
De uma velhinha indefesa
Seu aparelho celular
Provavelmente você não vai entender
Porque está lendo esse poema
E certamente pôde ter
Acessos que esse jovem não teve
Por isso não vou me estender
Mas os diversos outdoors
Tentam convencer
Que só há felicidade
Naquilo que não se pode ter
E quando você tiver
Já haverá um novo modelo
Para te enjaular no gelo
Do doentio consumo
De devorar tudo
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