As margens do Rio Guaíba
Na cidade de Porto Alegre
Vi passar chibatas
Disfarçadas de cacetete
Ou eu delirava?
Tamanha beleza de tudo
Talvez me deixou confuso
Mas não entendi
A quantidade de fuzis
Que haviam dentro daquela viatura
Não sei qual era o mal
Que tentava ocultar o crepúsculo
Que meu estranhamento
Parecia ser exdrúxulo
Mas que monstro precisava
De tamanha força de guerra
Para ser morto
Em uma tarde tão bela?
Famílias andavam sem máscaras
Em meio a uma Pandemia
Garotas rebolavam
Ao som que as incitava
Pessoas fumavam várias ervas
Tomavam chimarrão
Outras pedalavam sem cuidado
Ou direção
E a morte passeava no meio da multidão
Havia uma placa informando
Que as águas eram poluídas
E impróprias para banho
Uns passeavam de jet ski
Outros de lancha
Outros descalços a margem
Eram crianças
E a morte nadava por ali
E até agora eu não entendi
que monstro precisava
De tamanha força de guerra
Para ser morto
Em uma tarde tão bela?
0 comentários:
Postar um comentário