Que é própria da vida
Que é a própria vida
Criaram estes mecanismos de punição
Para que possam gozar com perversão
O quanto correm da própria imperfeição
Do poema que não tem métrica ao poeta sem educação
Da arte que não se mede, mas se pede com emoção
Da educação por bala ao corpo no chão
Do chão sem asfalto ao luxo do avião
Do avião da boca à boca do coração
Dos sangues nos canais aos canais de televisão
Dos sangues nos jornais aos bancos de doação
Dos bancos na praça, ao dono do banco ladrão
De tanto ver as falhas da vida
Das fissuras na muralha ontem construída
Brotam jasmins, orquídeas, Lótus e Bonsais
Que todos os acertos são de argila
Para martelo de erro e tentativa
Para buscar a fala mais assertiva
O poeta se cala com sua sabedoria
Mas dança consigo a dança mais atrevida
De olhos nos olhos, suor e saliva
Nos melhores dias, a lágrima lhe visita
Lhe fazendo negar e afirmar a coisa mais bonita
De que tudo é menos chegada que partida
E todos os textos, por fim, são macaqueadas lusíadas
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