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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Arrastão

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, maio 08, 2017
Teve arrastão na Avenida Conde da Boa Vista, Eu vi
Me lembrei que tenho perna ligeira e capaz
Corri para a próxima parada, peguei o primeiro que passou
Deu muita pena da senhorinha, que era lenta demais.

Antes de chegar na Boa Vista, Eu vi:
Teve baculejo no parque 13 de Maio
Rapazes enfileirados, parados, profunda reflexão
Assim como quer o ministério da educação.

Que flores poderíamos entregar
Ao policial que vi fotografar
Seu ato de heroísmo
No controle social?

Talvez as do jardim que vi do outro lado
Na câmara municipal
Vazia, sem vida, como sempre
Absenteísmo normal

Vejo um casal andando apressado
Os deixo muito pra trás.
Caminhar sozinho é melhor
Apesar de nada fácil.

Eles não viram o caos em volta
As mãos dadas bastariam
Para dar-lhes a segurança
Para dar-lhes esperança
Para saber que nunca se abandonariam

Nunca.

Palavra que mora em alpes
Que não sabemos se aguentam a injustiça
do arrastão que teve na Guararapes
E alcançou a boa vista.

Eu de logo peguei qualquer ônibus pra fugir
As pessoas clamavam que o motorista arrancasse
Embora houvesse gente entrando ali
Quem já estava salvo, não queria se arriscar

Todo ato é um ato político
Se todos fossem gestores públicos nesse ônibus
Iriamos salvar o barco que estamos
E saudar com foda-se quem está se afogando.

Desci três minutos depois
Na parada da Praça do Derby
Vi uma viatura da polícia
Fui dar-lhes a notícia

O oficial não moveu um músculo de sua face
Não houve um afeto que eu notasse
Mas para eu não me perder, me deu a informação
“Rapaz, essa área é de outro batalhão”

“Tudo bem, Oficial” Respondi com um sorriso
“O senhor poderia ao menos avisar para seus amigos?
Grato.
Boa noite, bom trabalho”

Corri pra pegar mais um ônibus
Não consigo parar de pensar no casal
Ah, não mencionei?
Eles me alcançaram

Subiram no ônibus tão ligeiros quanto eu
Conversavam em libras
E nos intervalos, davam-se as mãos.

Longe das limitadas verdades absolutas, desconfio:
O silêncio e o amor demoram muito a se entender
Eles não gostam um do outro
Querem coisas e partes diferentes de você.

A não ser que o amor grisalhe
E por já estar cuidando
Ame-se calado, e se diga eu te amo
Só por estar respirando

De volta aos arrastões
Precisamos de mais amor
Nós e a pátria não grisalhamos
Precisamos de mais barulho, afeto libertador.
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De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
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Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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