Usando sol, chuva, terremoto
Temperatura, folhas caindo
Ditava o que, quando e como fazer.
Alexandre não, mas a gente, herege por natureza
Fez nascer ferramentas, para cessar as tormentas
Que esse bêbado louco nos cuspia em nossa delicadeza
Enfiaram três estacas no coração de Cronos.
Pontuais, rodopiam meia lua de compasso
Uma pra cada lado
Derrubando quem não se adequar ao ponto
A hora de pescar não depende mais da maré
Depende do investimento na fazenda aquática
Depende do apoio político, depende do esforço cívico
Não mais depende da fé.
Alexandre está seguro.
Não na segurança que se estuda, na que se sente
Alexandre está puro.
Na preguiça, no sono tranquilo estirado na rede.
Alexandre com curso incerto
Sabe a magia do não saber
Sabe a arte de não comer, correr, quando tem de ser.
E quando não tem, Alexandre lembra:
A gente acumula as coisas, Alexandre não.
Sabe que as coisas vão carcomendo.
Mas relação, Filho, mais coração.
E me disse o sermão:
A gente acha que já velou Cronos
Não te engana, não.
Cronos não é o defunto
Cronos é o caixão.
A gente enterra nossas convicções, nossas mágoas
Nossas marcas, o sussurro das máquinas
Que não deixamos atirar nossa autenticidade
Na minha tranquilidade, só eu posso tocar.
Alexandre tem um pacto com um tempo.
Estou lendo cuidadosamente as cláusulas para ver se aprendo
Sobretudo sua principal norma regulamentadora. Disse Cronos:
Passa por mim, passo por ti, aceitemos o passo um do outro...
...Nossa dança será linda.
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