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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Sobre não ser feliz

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, maio 24, 2017
Me perguntaram se eu estava feliz
Respondi que ainda não
Como quem tem perdido um jogo mas está aprendendo a jogar

Repensei
Tenho de me perguntar
Que jogo é esse, o que se ganha, o que se busca nele?

Eu sei o que querem de mim
Que eu possa usar como medalha
O título de pessoa feliz

Felicidade é só uma palavra
Escrita no peito com navalha
Como fosse uma tatuagem
Levita tempo até que cicatrizes e vires flor

Passou muito mais tempo sendo corte e cicatriz
Seu estado florido é curto que só a vida
Mas é o que querem de mim
Para que eu gaste algum dinheiro, busque alguma lida

O que você acha que é ser feliz?
Fique aí com suas suposições

Eu não quero ser feliz, eu não quero vencer
Nem me apetece nem tenho dinheiro pra isso
Eu quero viver e ter uma vida gostosa
Em termos gastronômico-existenciais, masoquistas e maternos.

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domingo, 21 de maio de 2017

Tornozelo, Favela & Azeitona

Cantado por Luiz Veloso /Quando? domingo, maio 21, 2017
Que dia, que lida
Repouso mínimo, a poesia
Sirvo-me uma ótima bebida
Azeitonas de tira gosto

Quanto menos contemos os impulsos, mais animalescos e deliciosos parecem ser nossos prazeres.
Eu bem quis enfiar um monte de azeitona na boca e me embriagar de excesso

Mas tinha caroço.
De certo, morreria engasgado
Comecei a ser lembrado
Do que me trouxe até aqui

Eu pedi tanto ao meu corpo:
- Corpo, não me trai
Se mantém firme
não decai
Que eu nunca precisei tanto de ti, corpo.

Eis que de repente, na eminência de perder tudo
Lanço-me com todo o vigor que me resta, não muito,
Pra pegar o penúltimo ônibus que saiu de meu terminal.

Meu corpo não chega. Perco
Tornozelo lateja. Percebo

- Não me trai, corpo
Ainda tem muito chão pra azeitona
Tanto pra carregar
Aguenta mais um pouco

Bem sei
Não te bonifiquei com repouso merecido
Bem sei
Eu te neguei o gozo requerido
Bem sei
Mas não me trai, corpo

Desço na avenida
Passo por uma favela
Linda de ver naquela hora.
Do portão, a mulher de camisola se esgueira a atrás do portão
Chamando alto a menina que jogava bola de gude descalça no chão de barro.

- Açucena!

A menina fingiu não ouvir até onde pôde
Entre muxoxos e resmungos, a mulher grita pra menina
Pra que a menina corresse até a esquina pra chamar Paloma.
Paloma aparece na varanda, que é puxadinho de outra casa,
E fala o mais alto que pode:

- tá. peraê. Tô indo

O limite estético da mulher não querer sair do portão
O limite jovial da menina não querer perder seu cocão
O limite adolescente que Paloma não queria ter
O limite do corpo que eu não queria ser

Magicamente, o tornozelo não dói mais
Brevemente, olho pra trás
Percebo que foi viver em meus limites
Que me fez achar as matrizes

De ser um trombadinha intelectual
Um garanhão mal amado
Tradutor mal interpretado
Comilão magro
Delícia de louco
Um anjo torto

... que gosta de azeitona com caroço
Porque reteve o gosto divino dos limites e acompanha vigilância.

Está nascendo um novo líder.

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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Risco

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, maio 15, 2017
Risco.
Nomes da minha agenda
Motivos para contenda
Saudosismo doente
Instintos dormentes

Risco
Corrido com o gosto
De quem já aprendeu de verdade
Qual o valor, Qual o sabor da liberdade
Qual o valor, qual o sabor da felicidade

Tem gosto de nada. Não existe
Sobremesa de um chef triste
Que colocou todo seu tempero na entrada e prato principal

Um menu com gosto de suor
De lágrima, mato, de maresia, ar rarefeito
Um novo banquete perfeito
Com sentidos inscritos na matéria

Risco
O cardápio inteiro sempre que o degluto
Até porque é exigência do chef
Para que cada dentada faça sentido
Para sentir o novo banquete vivo
Você

É.
Você é risco
Acidente, rascunho, poesia inacabada
Refazer-se, reescrever-se, recitar-se
Todo dia.

É.
É risco.
Melhor dois pássaros voando
E tu com as mãos livres
Não condense raízes
Nem terceirize, nem materialize
O teu bem estar.

Somos garranchos, a vida também.
Assumamos então todos os riscos
Que estar vivo é um perigo
E uma delícia também.

Meus parabéns ao chef.

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Desisto

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, maio 15, 2017
Era tanto peso...
O joelho rachava, a alma tremulava
Mas ele manteve firme
Para alcançar o que acreditava
Ser tudo o que lhe faltava

Era tanto choro...
Olho secou, chorava suco gástrico
Mas ele se manteve firme
Para alcançar o fantástico
Tudo o que lhe faltava

Era tanto mundo...
Que ele desistiu sem querer
Mas era tanto mundo, que ele gostou de ser

Rolou no chão, aprendeu arte de desistir
Daquilo que só enfada, te ceifa a vida
Oferecendo um prêmio de louvor
Ao sol que era teu e alguém levou.

Nasce um sol a cada olhar.
Matemática fácil.

Desiste do sol que não é teu.
Torna-te pois teu próprio.
Teus instintos te mostrarão o caminho.
Desiste, Menino.

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domingo, 14 de maio de 2017

Mãe Solteira

Cantado por Luiz Veloso /Quando? domingo, maio 14, 2017
Ela não queria que ele sentisse fome
Ele sentiu
Ela não queria que ele sofresse de amor
Ele sofreu
Ela queria que ele dormisse
Não dormiu
Ela não queria que ele perdesse
Ele perdeu

Ela não queria que ele sentisse frio
Ele sentiu
Ela não queria que ele sentisse medo
Ele tremeu
Ela não queria que ele caísse
Ele caiu
Ela não queria que ele esquecesse a fé
Ele esqueceu

Ela queria a pele dele fina
Calejou
Ela queria protegê-lo
Conseguiu
No desespero mais profundo
A sentiu.
Na dor mais aguda
Se lembrou

Das lágrimas, dos esporros, de suas tabaquices, de botar o lixo pra fora, de apagar a luz do quintal, de saber seu lugar, de não falar alto que está com fome, só no seu ouvido, de guardar seus brinquedos, separar a farda da escola pro dia seguinte, de arrumar a bolsa, de respeitar os mais velhos, de varrer o terraço, de pedir a benção, de se despedir.

Se lembrou de sua mãe solteira.
De sua mãe guerreira.
De como ser fogueira
Nesse mundo gélido.

Chama eterna que brilha sobre a minha.
Longe das 1% mesquinhas
Ostentando em capa de revista
Aparência perfeita no dia após o parto.

Não sabem elas o que é abraçar o filho durante assalto
Abaixar sua cabeça no ônibus, fazê-lo nem perceber
Não sabem elas o que é não ter roupa nova para não atrasar a escola
Comprar-lhe bolsa nova, ir trabalhar de sacola

Ele encontra a fé perdida.
Em si mesmo, constante lida

Se lembrou de sua mãe solteira.
De sua mãe guerreira.
De como ser fogueira
Nesse mundo gélido.

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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Minha Flor

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, maio 11, 2017
É tão bom te ver
Quando tu olha pra cima
Saltita em si, menina
Sorriso lindo de ver

Nasceu uma flor na minha varanda
Lá ela repousa e se encontra
Floresce mais do que devia
Perde a hora mas ganha o dia

É tão bom te ver
Quando tu olha pra baixo
Olhar já ressacado
Choro engolido, perdido

Murcha uma flor na minha varanda
Lá, mariposa perturbada e atraída pela luz
Confusa, cansada, se reduz
Míngua como chuva cai no samba

É tão bom te ver
Completar cada ciclo que precisa
Crescer minha flor, tão linda
Embora se permita chamar de bebê

Nasci raiz lá na minha varanda
Como há muito tempo fui convidado
Estou te esperando, mais calmo
Pra lavar tua roupa e deixar secar

Inclusive esse orvalho
Que convencionastes chamar de lágrima.

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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Tambor

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, maio 10, 2017
Olho que pisca é tambor
Solo, pisco, furto a cor
Do mundo, para dentro de mim
Fazer rufar tons que eu nunca vi

Boca que fala é tambor
Solo, falo, sinto o sabor
De um mundo que há dentro de mim
Dá tapa de tons que eu nunca senti

Pele que estica é tambor
Solo, arrepios de amor
De um mundo tatuado em mim
Rugas ensolaradas afinam-se

Sexo que reverbera é tambor
Orquestra de olho, boca, pele, furacão
Sentidos de mundos em colisão
Ejaculando via láctea

Tempo é tambor
Marcapasso do coração de Deus
Segundos mundos para os quais não temos
Coragem de ver que neles, morremos.

Trovão é tambor.
Solo sombrio de fazer temor
Em quem não afinou mundo e alma
Pra responder contratempo, batendo palmas.

Mar é tambor
Quebrando tudo o que encontrou
Sem perder o andamento
Improviso sustento.

O mundo inteiro é um tambor
Que cabe dentro de mim
Eu por inteiro sou tambor
Cada som, universo que teci.

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terça-feira, 9 de maio de 2017

Barba

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, maio 09, 2017

Eu tirei a barba
Ela protegia-me as duas faces
Me pedia carinho o tempo todo, eu dava
Quando eu queria refletir, me ajudava

Era outra coisa quando eu tinha barba
Algumas expressões ela ocultava
Para questões de sexo, funcionava.
Com aparente experiência ela me presenteava

Ela não me protege mais
Não tem mais carinho
Não tem mais tempo
Estou sozinho.

Ela não mais esconde
As expressões de um pavor, solidão que sinto
Por gritar por socorro e não ser respondido

Ela não mais esconde
Que o problema é meu, a falta de experiência
Que só se supera admitindo sua existência

Tem ausência que dói.
Se não, deixa  pele desprotegida
Deixando espaço pra rugas
Lembrarmos do fim da vida.
(Que é já já)

Então deixo ela cair
Onde ela bem entender
Para que sem enlouquecer, nem pressionar
Eu possa cair em mim

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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Arrastão

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, maio 08, 2017
Teve arrastão na Avenida Conde da Boa Vista, Eu vi
Me lembrei que tenho perna ligeira e capaz
Corri para a próxima parada, peguei o primeiro que passou
Deu muita pena da senhorinha, que era lenta demais.

Antes de chegar na Boa Vista, Eu vi:
Teve baculejo no parque 13 de Maio
Rapazes enfileirados, parados, profunda reflexão
Assim como quer o ministério da educação.

Que flores poderíamos entregar
Ao policial que vi fotografar
Seu ato de heroísmo
No controle social?

Talvez as do jardim que vi do outro lado
Na câmara municipal
Vazia, sem vida, como sempre
Absenteísmo normal

Vejo um casal andando apressado
Os deixo muito pra trás.
Caminhar sozinho é melhor
Apesar de nada fácil.

Eles não viram o caos em volta
As mãos dadas bastariam
Para dar-lhes a segurança
Para dar-lhes esperança
Para saber que nunca se abandonariam

Nunca.

Palavra que mora em alpes
Que não sabemos se aguentam a injustiça
do arrastão que teve na Guararapes
E alcançou a boa vista.

Eu de logo peguei qualquer ônibus pra fugir
As pessoas clamavam que o motorista arrancasse
Embora houvesse gente entrando ali
Quem já estava salvo, não queria se arriscar

Todo ato é um ato político
Se todos fossem gestores públicos nesse ônibus
Iriamos salvar o barco que estamos
E saudar com foda-se quem está se afogando.

Desci três minutos depois
Na parada da Praça do Derby
Vi uma viatura da polícia
Fui dar-lhes a notícia

O oficial não moveu um músculo de sua face
Não houve um afeto que eu notasse
Mas para eu não me perder, me deu a informação
“Rapaz, essa área é de outro batalhão”

“Tudo bem, Oficial” Respondi com um sorriso
“O senhor poderia ao menos avisar para seus amigos?
Grato.
Boa noite, bom trabalho”

Corri pra pegar mais um ônibus
Não consigo parar de pensar no casal
Ah, não mencionei?
Eles me alcançaram

Subiram no ônibus tão ligeiros quanto eu
Conversavam em libras
E nos intervalos, davam-se as mãos.

Longe das limitadas verdades absolutas, desconfio:
O silêncio e o amor demoram muito a se entender
Eles não gostam um do outro
Querem coisas e partes diferentes de você.

A não ser que o amor grisalhe
E por já estar cuidando
Ame-se calado, e se diga eu te amo
Só por estar respirando

De volta aos arrastões
Precisamos de mais amor
Nós e a pátria não grisalhamos
Precisamos de mais barulho, afeto libertador.
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sábado, 6 de maio de 2017

Dança

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, maio 06, 2017
Você tem noção do que é dançar com uma deusa?
Feminina, como a morte,
Mulher que nos ensina a amar e a temer
Inclusive a nós mesmos.

Ela me ensinou a dançar.
Graças a ela, danço com o melhor de mim.
Nada nunca vai se comparar
À tudo que ela vem suprir.

Agora acredito demasiadamente nela
Depois que vi findar tanta coisa
No seu balé divino
Profanando os limites-balela

Quebrando correntes do corpo
Riscando minha pele
Dormindo com um sorriso no rosto
Marca meu juízo pra sempre, leve.

Dança comigo sempre que penso nela
Riscou minha alma
Fez florir alvorada.

O que há de mais feroz é a energia entre nós
Flor afortunada, precisa ser pouco regada.
Meu amigo, eu já dancei e sempre dançarei com um Deusa.
Sabes tu minha realeza?

Olha pra dentro, tira os pés do chão
Centraliza tua força no coração
Põe as travas em modo avião
Se joga. Ela te abraçará igual

Então quando ela vier,
Esteja ao menos perfumado
Florido de alegria de tê-la encontrado

Temos um combinado.
Não sei se em céu, mar ou olhar
Limparemos tudo de tudo
Bailarinos num manto azulado.

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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Alexandre e o Tempo

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, maio 03, 2017
O tempo já foi o senhor dos ofícios, Alexandre não.
Usando sol, chuva, terremoto
Temperatura, folhas caindo
Ditava o que, quando e como fazer.

Alexandre não, mas a gente, herege por natureza
Fez nascer ferramentas, para cessar as tormentas
Que esse bêbado louco nos cuspia em nossa delicadeza

Enfiaram três estacas no coração de Cronos.
Pontuais, rodopiam meia lua de compasso
Uma pra cada lado
Derrubando quem não se adequar ao ponto

A hora de pescar não depende mais da maré
Depende do investimento na fazenda aquática
Depende do apoio político, depende do esforço cívico
Não mais depende da fé.

Alexandre está seguro.
Não na segurança que se estuda, na que se sente
Alexandre está puro.
Na preguiça, no sono tranquilo estirado na rede.

Alexandre com curso incerto
Sabe a magia do não saber
Sabe a arte de não comer, correr, quando tem de ser.
E quando não tem, Alexandre lembra:

A gente acumula as coisas, Alexandre não.
Sabe que as coisas vão carcomendo.
Mas relação, Filho, mais coração.
E me disse o sermão:

A gente acha que já velou Cronos
Não te engana, não.
Cronos não é o defunto
Cronos é o caixão.

A gente enterra nossas convicções, nossas mágoas
Nossas marcas, o sussurro das máquinas
Que não deixamos atirar nossa autenticidade
Na minha tranquilidade, só eu posso tocar.
Alexandre tem um pacto com um tempo.
Estou lendo cuidadosamente as cláusulas para ver se aprendo
Sobretudo sua principal norma regulamentadora. Disse Cronos:
Passa por mim, passo por ti, aceitemos o passo um do outro...

...Nossa dança será linda.

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terça-feira, 2 de maio de 2017

Chuva

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, maio 02, 2017
Meu ventilador quebrou
Abro a janela para o vento entrar
Escuto trovões ao longe
Temo a chuva entrar

Temo a chuva molhar meus livros, cadernos
Temo a chuva molhar meu celular
Fecho a janela.
Não ouço temporal, ouço garoar
Abro.

Escuto trovões ao longe
Temo a chuv.... Não mais.
Deixo de ser idiota, guardo meus livros, cadernos, celular
Dou espaço pra chuva entrar

Há dores a não se temer
Findam por ser gentis comigo
Fazem de mim o que querem e são muito boas nisso.

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Reflexão Vespertina

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, maio 02, 2017
Caminhando, cantando e seguindo a canção.
Existencialmente descalço, pés calejando
Com o universo na cacunda, tempo nublando
Amando  em mar aberto, revolto, amplidão


Chovendo um pouco, estiando em segredo
Estiando choro, guardado por coqueiros
Procurando coqueiros, certificando que terra é essa

Cantando até a garganta secar
Embora nem sempre haja água a vista
Dando um jeito de chegar na boa vista, polindo lentes
Inclusive as minhas.

O som se  propaga  ligeiro
Quase não consigo acompanhar
Sigo até encontra-lo mudado
Somado do que eu fui me tornar.

Chega o fim de tarde e me faz a pergunta indispensável:
A canção é sua?
Os pés são seus?
E a bússola?

Agora mais do que nunca, querida.
Desnecessariamente, Gratidão.

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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ciúme

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, maio 01, 2017
O olhar dos malandros, ritmos tesos
Rebolada feroz, jogada de cabelo
Erros de concordância escondidos na batida
Que a tudo dá corda para enforcar-nos a vida.

Fingem caber nas palavras, conversa
Fingem caber nas artes, conversa
Inventaram uma palavra, não presta, não use.
Mas só tenho ela, e uso: Ciúme.

O não convite para tantas festas
Flores carnívoras que não se regam
Sempre te adornando, hedonismos modernos, imprecisos
Ternos que passam demais até queimar o juízo.

Fingem caber nas palavras, conversa
Fingem caber nas artes, conversa
Inventaram uma palavra, não presta, não use.
Mas só tenho ela, e uso: Ciúme.

Medo de sentir o gosto de terra vazia
Dá mudança de sexo, à mudança de religião
Do teu pé ligeiro,ao pé de manjericão
Amor devorado pelo trago do dragão

Fingem caber nas palavras, conversa
Fingem caber nas artes, conversa
Inventaram uma palavra, não presta, não use.
Mas só tenho ela, e uso: Ciúme.

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Luiz Veloso
De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
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Aos Leitores

Seja para alcançar a glória, seja para manter a mente ocupada
seja para enaltecer-me, seja para julgar-me nada
seja para tardar o amanhecer, seja para não acordar...
eu escrevo!
para vocês que suportam.

Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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