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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Show da Virada

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, dezembro 31, 2018
No final do ano
Vejo pessoas pensando no que fazer
A urgência da programação
De um dia, uma celebração
Das coisas da vida
Choros,despedidas
Encontros, fotos antigas
Fotos novas, sorrisos
Retrospectivas, artigos
E na retrospectiva do face
Não aparecem as tragédias
Aparecem na televisão
Que compensam o resto do ano
Com toda alienação
O resto do ano
Maior parte do tempo
É resto, metano
Qual lixão de Aguazinha
O poeta teme falar de internet, de high-tech
Na esperança que tudo mude
Não haja mais mute
No conversor do povo
E nesse pós-apocalipse
As belezas naturais
Os olhares, as estrelas
A gratidão, a natureza
Possam se destacar
Na linha do tempo
Já que eventualmente chega no pó
Mas o poeta também sabe
Que alguns vêm bem menos
Ou sequer vêm
Qualquer dignidade na esperança
E que tribos antigas, muito antes do fogo ou do emoji
Já assassinavam-se
por pedaços de terra
Por ambição, por arrogância
Por cegueira de Saramago
Embora Beethoven tenha conseguido ser maior que a sua surdez
E o inédito sempre pode nos visitar

- Luiz Veloso
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Iúna para a infância

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, dezembro 05, 2018
Era manhã
Em algum lugar de passárgada
Na minhoca de metal
O anúncio era claro como cristal
“Não estimule o trabalho infantil”

No mínimo curioso
Era o anúncio ser trilha sonora
Para a exploração notória
De garotas e garotos

Que nem um menino
Que vi saudar com graça e paz
A indiferença dos hinos
E o louvor do capataz

O menino pedia atenção
Para fazer mágica com as cartas
Das poucas que lhe foram dadas
Ele tirou essa da manga

Esse texto é mesmo uma confissão
E eu sou mesmo um contraventor
Seria mais ainda
Não fosse por mestres Bimba
Pastinha, e todos meus ancestrais que lutaram por nossa libertação

Dei dois reais que não podia
Minhas contas iam mal
Perguntei se ele estava na escola
O nome da professora
Onde morava?
Pra não ter surpresa
Em comunidade
E porque eu sei da verdade
Que move montanhas e cadeiras
Perguntei se o menino fazia capoeira
E não é que fazia? Mas estava afastado
E não estivesse, o professor não tinha deixado
Professor que eu também conhecia
Por sinal, gente fina
Mas andou relapso com o social
Se ele soubesse tamanho mal...
Talvez saiba
“Salve a capoeira, maninho. Até”
 Fui trabalhar
De repente, era noite, Tudo normal
Toda gente espremida
Na minhoca de metal

Na doente corrida pra “chegar lá”
O menino tinha entendido bem
“No Pain, no gain”
Já tinha um sonzinho com microfone
Sua voz ia mais longe
Recebia indiferenças intermunicipais
Levarei flores no jazido de sua infância
Sob o qual certamente haverá o epitáfio:
Aqui jaz o empreendedorismo.

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Girassóis

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, agosto 28, 2018
Giram estações
Rotações diversas
Dispersas nas emoções
Sóis brilhando nas brechas

Mechas dos cabelos lindos
Que escorrem por dedos
Que não conseguem
Tapar a alvorada

Este olhar Magno
Ocultados por aços
Fotocromáticos

E se não se tem aquilo que se esperava?
E se na vida não tiver garantia de nada?

Nem sempre é primavera
Mas eu sempre gosto de girassóis
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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Super

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, agosto 24, 2018
Para que tudo caiba na bolsa
De valores que não sabemos
Se vão estar na solta
Cadeia de movimentos

Que as rotações nos zonzam
Mas não nos cegam
os planos desmontam
Os bons se entregam

Se tornam Super
Qualquer coisa além de.
Que o final do arco íris é só o começo
Da vida que podemos tingir

Em tons de girassóis
Lindos como nós.
é mesmo cor de bonança
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segunda-feira, 23 de julho de 2018

1ª Carta de Buga a Santo Paulo

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, julho 23, 2018
Ao sétimo grupo de artilharia
Das santas palavras
Foi dada a missão
Quebrantar as amarras
De amar o irmão
E de acordo com Santo Paulo
Na segunda carta aos coríntios
Justamente no capítulo sete
A tristeza segundo Deus pelo pecado
 leva ao arrependimento —
 A tristeza do mundo conduz à morte.
Alegremo-nos, irmãos
Sobretudo os que receberam a palavra
Este dom dúbio confiado a leões
Não deixem calar o rugido
Que deus requeria vivo
O seu santo espírito
Unindo as nações, começando de casa
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Vinde a mim as criançinhas

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, julho 23, 2018


O poeta não entende muito de história
Que o tempo dança com ele e suas emoções
Da maneira mais simplória
Sendo unidade, sem divisões

Seria a culpa de não ser que suja as mãos de sangue?
Onde cristo morreu, perdão se é infame
Mas pra alguém os heróis são uma gangue?
Ou eram? Ou foram? Ou seriam? Ou serão?

O poeta não entende muito de história
Nem do tempo
Nem de divisão

Mas eu já vi crianças com medo da polícia
E eu ainda sou criança
Com a meta de não deixar de ser
Escutei o mestre dizer:

Vinde a mim
Curumim
que minhas mãos também estão impregnadas
de um sangue que não é meu
mas torna-se então
Que amar uns aos outros
É corrente missão
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segunda-feira, 14 de maio de 2018

O amor está em crise

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, maio 14, 2018
Era uma segunda feira de chuva
Muitos seguiam com rosto penoso
Tomando remédios para ir a luta
Engolindo de novo e de novo

Uma espécie de Kama Sutra
Maneiras infindas de comer você
Seus sonhos, enchidos de culpa
Tentativas de se perder

E Outros,
Andavam de bicicleta
Arriando, na certa
Com o sufoco

E eu,
Ao lado dele
Que tem fôlego de tigre
Enquanto outros Morgam
Ele Teima, insiste

Conseguimos constatar
Um motel ruído
Que antes se via lotar
Hoje falido

E o mestre neném de Olinda
Me disse:

O amor está em crise
Os casais estão fechando suas carteiras
Quebrando seus cartões
Talvez os bons
Fujam para a mata

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sábado, 12 de maio de 2018

Quando o Gunga Me Chamar

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, maio 12, 2018
Mestre
Detentor de tanto conhecimento
Sabe o peso que tem as escolhas
Sabe como se perdem as pessoas
Mesmo depois do ensinamento

Pedestre
Que indo atravessar o tormento
Soube o peso que tem as coroas
Vaidades vivendo em bolhas
Corações em aprisionamento

Sabe ensinar com cautela
Que passarinho pequeno mata cobra coral
Asa à cobra traz mazela
Ou verdade fundamental:

Onde está o coração do aluno?

Eu sou da favela
Sei de vizinhos que não se falam
Mas mandam mensagens entre si
Através das músicas que podem ouvir

Uns tentam converter
Outros tentam ofender
Outros educar
Outros convidar

Eu quero cantar
Vem jogar mais eu
Pra gente poder soltar
O jogo que é seu e meu

Nasce sempre do olhar
Pode bater o pé aqui ou acolá
A gente treina mais
Aprende a escutar

Na coroa nasce espinhos
De novo e de novo
Mas quando o Gunga manda
A gente sai pro jogo

Que a coroa é de espinhos
E não importa qual for a estrada
Quando o Gunga chama
A gente volta pra casa

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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Só a gente sabe

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, abril 27, 2018

As vezes a gente sai por aí
Sem saber direito o roteiro
Ou destino
Amai ao próximo como a ti mesmo
Em nome de Jesus
Até que lhes seja conveniente
não é o que nos foi passado
o espírito não deve ser enganado
o amor não deve ser esganado
o ódio, por vezes instaurado
amarga a boca e o plano
O Umbral nasce do olhar
Paladar, tato e todos os sete sentidos
Como casais destruídos
Se maltratando por não poder se amar

Eu não sei qual punição
Acalmaria o coração
Que em busca da cura
Achou a doença que aflige os preguiçosos
A culpa

Como se fossemos todos loucos
Num manicômio de 1000 anos atrás
Numa era onde poucos
Sabiam sobre a paz

Há 1000 anos atrás
Numa era onde os casais
Seguiam descalços nas ladeiras de Olinda
Procurando batuque ou poesia, talvez procurem ainda

Foi há 1000 anos atrás
Numa era onde os casais
Cantavam na varanda paquerando flores brancas
À meia luz, dançavam coco, capoeira e ciranda

Foi há 1000 anos atrás
Os casais eram selvagens
Cheios de coragem
De andar em qualquer vale da morte
Agradecendo a deus a boa sorte
De ter se encontrado
Foi há algum tempo atrás
Que os afetos tem relógio próprio
E desejos impróprios para os demais
Que nunca foram do sexo à câimbra
da oração à dança
da cidade à favela

Isso faz tempo
Essa coisa de voar
Direto para a praia
Pra tentar lembrar
De alguém sem ódio algum
Nas palavras ou atitudes

Desde antes
Os casais felizes sempre despertaram a língua
De quem não beijou Ícaro
E suas asas em cinzas
Nem as passou na testa na quarta-feira ingrata
Onde se permitia ser a própria maré alta
De se lavar o espírito

Desde antes
Eles cantam na chuva nascida dos próprios olhos
E politonam com propriedade natural
Em tom maior, melodia bem sentimental:

“Só a gente sabe, só a gente sabe
Que sempre houve quem quisesse a gente longe da verdade
Só a gente sabe, só a gente sabe
Que soltaram fogos quando o rio bifurcou desmatando a vontade
Só a gente sabe, só a gente sabe
Tudo que se sucedeu, cada um que enfraqueceu exatamente onde não podia
Só a gente sabe, só a gente sabe
O amor que se viveu
E se vive
Só a gente sabe, só a gente sabe
da escolha pelo carinho, dos cortes de caminho
até que a morte os separe
só a gente sabe 
de todo chão que a gente impregnou de eternidade
só a gente sabe
Pode fechar a conta do analista
Que por mais que você insista
Em saber porquê tudo o que nasce, morre
Só a gente sabe, só a gente sabe”

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De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
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seja para enaltecer-me, seja para julgar-me nada
seja para tardar o amanhecer, seja para não acordar...
eu escrevo!
para vocês que suportam.

Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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