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Canto de Buga

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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Só a gente sabe

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, abril 27, 2018

As vezes a gente sai por aí
Sem saber direito o roteiro
Ou destino
Amai ao próximo como a ti mesmo
Em nome de Jesus
Até que lhes seja conveniente
não é o que nos foi passado
o espírito não deve ser enganado
o amor não deve ser esganado
o ódio, por vezes instaurado
amarga a boca e o plano
O Umbral nasce do olhar
Paladar, tato e todos os sete sentidos
Como casais destruídos
Se maltratando por não poder se amar

Eu não sei qual punição
Acalmaria o coração
Que em busca da cura
Achou a doença que aflige os preguiçosos
A culpa

Como se fossemos todos loucos
Num manicômio de 1000 anos atrás
Numa era onde poucos
Sabiam sobre a paz

Há 1000 anos atrás
Numa era onde os casais
Seguiam descalços nas ladeiras de Olinda
Procurando batuque ou poesia, talvez procurem ainda

Foi há 1000 anos atrás
Numa era onde os casais
Cantavam na varanda paquerando flores brancas
À meia luz, dançavam coco, capoeira e ciranda

Foi há 1000 anos atrás
Os casais eram selvagens
Cheios de coragem
De andar em qualquer vale da morte
Agradecendo a deus a boa sorte
De ter se encontrado
Foi há algum tempo atrás
Que os afetos tem relógio próprio
E desejos impróprios para os demais
Que nunca foram do sexo à câimbra
da oração à dança
da cidade à favela

Isso faz tempo
Essa coisa de voar
Direto para a praia
Pra tentar lembrar
De alguém sem ódio algum
Nas palavras ou atitudes

Desde antes
Os casais felizes sempre despertaram a língua
De quem não beijou Ícaro
E suas asas em cinzas
Nem as passou na testa na quarta-feira ingrata
Onde se permitia ser a própria maré alta
De se lavar o espírito

Desde antes
Eles cantam na chuva nascida dos próprios olhos
E politonam com propriedade natural
Em tom maior, melodia bem sentimental:

“Só a gente sabe, só a gente sabe
Que sempre houve quem quisesse a gente longe da verdade
Só a gente sabe, só a gente sabe
Que soltaram fogos quando o rio bifurcou desmatando a vontade
Só a gente sabe, só a gente sabe
Tudo que se sucedeu, cada um que enfraqueceu exatamente onde não podia
Só a gente sabe, só a gente sabe
O amor que se viveu
E se vive
Só a gente sabe, só a gente sabe
da escolha pelo carinho, dos cortes de caminho
até que a morte os separe
só a gente sabe 
de todo chão que a gente impregnou de eternidade
só a gente sabe
Pode fechar a conta do analista
Que por mais que você insista
Em saber porquê tudo o que nasce, morre
Só a gente sabe, só a gente sabe”

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