Não se abandona
Mesmo que seu mestre o faça
Ele escuta suas passadas
No bairro alagado
Há muito condenado
Como seu próprio destino:
As estatísticas
Mas no balanço geral
Os números não tem balanço
Manha ou mandinga
No entanto
Temos de sobra ainda
E se você inconformado
Não se suporta calado
Nem parado
Bota energia nessa porra
Corra
Que o negativo produz ligeiro
Em cada praça, um canteiro
Em cada praça, jardineiro
Pra cultivar jovens em estufas
Vegetando estatísticas
Fugidos da polícia
Vítimas das milícias
Tanto quanto das malícias
Iludem que é delícia
A aula de química
Ser vista só no papel
Que embrulha uma dolinha
Nome carinhoso
Pra mascarar destino penoso
Bota energia nessa porra
E produz vida, meu bem
Saibamos o valor que a arte tem
Em nome da paz
Não esquece
O que já fez e ainda faz
Um mestre
O amor
Essa roda aberta
Mas antes de entrar no jogo
Quem segura o Gunga?
Peça no pé berimbau
Que quem viveu mais
Te alerta, não se iluda
Luta
Que uma hora a maré baixa
E mesmo se não
Um batalhão te acompanhará na caminhada
Será a maré
Tudo ou nada
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