As paredes não falam, minha filha
Me disse o Doutô, como deus diria
Eu olhei nos olhos dele
Querendo ensinar sobre a vida
Coitado
O confundi mais ainda
Que eu vi em sua mesa
Um retrato emborcado
Que eu vi em suas olheiras
O quanto tinha chorado
Doutô
O senhor sabe o que é saudade?
Sabe o que é amar de verdade
De costas, de cima, de frente
Na rede, no colchão, na parede?
As paredes falam sim, Doutô
A gente dando vida a elas
Chorando a ausência das velas
Que agigantavam as sombras de nosso amor
As paredes falam demais, Doutô
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