Te acomodas em meu colo
Te acaricio como a mim mesmo
Tua pele, cor da noite mais escura
Bem como nossos velados segredos
Úmidos, constantes e gelados como a ponta de nosso nariz
Como teu olhar que finge não saber da despedida presente desde teu batismo
Teu olhar, este amarelo sob o negro, como os postes despostos ao léu, como nós, que evidenciam a chuva, a beleza, o silêncio e o medo
Pétalas brancas resistindo à chuva, ao abandono
Como nossas patas, que parecem não se sujar e, inclusive, limpam os caminhos
Nosso caminhar prosperará, minha rosa negra como a morte, este constante ainda não que abrilhanta os dispostos
Continuarás florescendo em mim e serás regado com as lágrimas de sangue que arrancastes do sofá, dos bonecos, das portas, da minha pele
Conto meus quases
Conto com teu perdão
Conto com o polo de onde nasce a energia
Com o polo onde se morre de frio
E me equilibro sob o fio tênue da moderação
Sem corda de segurança
Com um mar de defuntos famintos que urram sem saber se não viveram o que queriam, o que não precisavam ou o que não conseguiram.
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