O músico consegue exorcizar os demônios de sua franqueza
O atleta supera-se e lida com suas fraquezas
O homem se lembra de pagar suas despesas
De repente, ao homem, não chega a comida na mesa
Ao atleta, perna treme, queda. Faltou destreza
Ao músico, corda tora, faltou sutileza
Ao poeta, falta rima, sentido, ritmo, sabor, realeza
Vergonha
Raiva
Vergonha
O poeta ouviu suas palavras maestrar suicídios
O músico ouviu seus tons trincarem vidros
O atleta ouviu vaia lhe romper
O homem ouviu proibição de comer
Vergonha
Raiva
Vergonha
Até que se abandona a má fé
Se reunifica espírito que se é
Ser existente.
Procura nas câmeras, não vê
Procura nos teatro, não sente
Procura nas arquibancadas, não ouve
Procura ordem dada, não houve
Só se pode sentir o teor corrosivo de suas mazelas
Diante de certo ponto de observação e degustação
Só se pode ouvir as risadas de infernais de suas esquinas
Diante de certo joelho ralado no chão
O ser existente percebe a escolha que fez
Depois de já ter machucado quem ama
Aceita de vez
Sua responsabilidade por seus pés na lama
E todo dia ele se equilibra no caminho das pedras
Sob a fossa de sua existência.
É a vida.
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