“se não perdoarem os outros, o pai de vocês, que está no céu, também não perdoará as ofensas de vocês.” Marcos, Capítulo 11, versículo 26.
Marcos, feio.
Que perigo isso falado
Que bom pai diz:
“Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”?
Marcos, Freie.
Que se houver algo pra perdoar
É que algo já emboscou seu olhar
Que deveria apenas se atinar
Ao amor que já moveu tantas ilhas
Desilhou tantas vidas
Mira bem, não se ama ameaça.
Cabe bem o clichê
Não é medo, é respeito
À brevidade da Vida e ao que ela vem dizer
Respeito que te falta, Marcos.
Que eu também não tenho tempo
Na verdade, ninguém tem
Não existe hora certa
Existe visão de alguém
Eu não existo, Marcos?! Hein?!
Bate aqui nas duas faces
Não se apaga um vintém
Do que tu pões nas novas redes
Que só afogam homens
Não pescam ninguém
Marcos, Filha.
Somos todos mães solteiras de nossos afetos
Responsáveis por eles, os batizamos como queremos
Dor, sofrimento, são nomes-limites que escolhemos
Não aborta.
Deixa eles em casa, pergunta o que querem
Sou mãe de muitos
Passado algum tempo, eles gostam de ser chamados de conhecimento.
Má fé.
Contra mão dá responsabilidade
Negação desta maternidade
“porque eu quero” diz tudo
O resto é confusão da cidade.
Certo, Errado.
Batismos covardes de quem não suporta o caos.
Nossa única certeza.
Te entendo, Marcos.
Viva suas verdades
Eu vou enterrando as minhas
Nascem possibilidades mais lindas ainda.
Marcos, Flor.
Esse texto te coloca a um palmo do chão
Não comece a contar, não espere outros seis
Talvez eu te deixe raso por questões necrófilas
Eu te amo, Marcos
quinta-feira, 23 de março de 2017
Escolhendo um amor, abandona milhões
Escolhendo um prazer, broxa milhões
Escolhendo uma roupa, arranca botões
Escolhendo uma dor, elege lições
Escolhemos nossa tempestade, a liberdade
Com seus raios, trovões, choques de realidade
Olhares de lado, de baixo pra cima
Curiosidade, medo, suspeita, frustração, tristeza, olhares de quina.
Carroça, bateu.
Capotou em especulações
Mirando onde não há felicidade
Deixou o amor se perder nas multidões
Capote dentro de si
Vire tudo do avesso
Verá mil versões de ti
Todo dia num começo
Todo dia nasce mais possibilidades do que gente
Porque dentro da gente tem tanta coisa pra acontecer
Não olha pro lado, olha pra mim e você vai ver
Mil versões de ti sorrindo de chupar orelha
Não esqueço, nunca vou esquecer.
De cada olhar, cada encontro com você
Não esqueço, nunca vou esquecer
Do que nasce em nosso encontro, do que deixamos morrer
Sacrificamos zilhões de vidas para viver esta
Então tem que ser inteiro, lançar-se nessa festa
Gratidão. Pelos sacrifícios oferendados à esse encontro
Oferendo os meus também. Ao Deus Esperança, ao Deus fé.
Eles serão bondosos conosco.
E quando não forem, sejamos nós.
Atados pelo amor, nós os traremos de volta.
Escolhendo um prazer, broxa milhões
Escolhendo uma roupa, arranca botões
Escolhendo uma dor, elege lições
Escolhemos nossa tempestade, a liberdade
Com seus raios, trovões, choques de realidade
Olhares de lado, de baixo pra cima
Curiosidade, medo, suspeita, frustração, tristeza, olhares de quina.
Carroça, bateu.
Capotou em especulações
Mirando onde não há felicidade
Deixou o amor se perder nas multidões
Capote dentro de si
Vire tudo do avesso
Verá mil versões de ti
Todo dia num começo
Todo dia nasce mais possibilidades do que gente
Porque dentro da gente tem tanta coisa pra acontecer
Não olha pro lado, olha pra mim e você vai ver
Mil versões de ti sorrindo de chupar orelha
Não esqueço, nunca vou esquecer.
De cada olhar, cada encontro com você
Não esqueço, nunca vou esquecer
Do que nasce em nosso encontro, do que deixamos morrer
Sacrificamos zilhões de vidas para viver esta
Então tem que ser inteiro, lançar-se nessa festa
Gratidão. Pelos sacrifícios oferendados à esse encontro
Oferendo os meus também. Ao Deus Esperança, ao Deus fé.
Eles serão bondosos conosco.
E quando não forem, sejamos nós.
Atados pelo amor, nós os traremos de volta.
O poeta escreve e destila os venenos de sua delicadeza
O músico consegue exorcizar os demônios de sua franqueza
O atleta supera-se e lida com suas fraquezas
O homem se lembra de pagar suas despesas
De repente, ao homem, não chega a comida na mesa
Ao atleta, perna treme, queda. Faltou destreza
Ao músico, corda tora, faltou sutileza
Ao poeta, falta rima, sentido, ritmo, sabor, realeza
Vergonha
Raiva
Vergonha
O poeta ouviu suas palavras maestrar suicídios
O músico ouviu seus tons trincarem vidros
O atleta ouviu vaia lhe romper
O homem ouviu proibição de comer
Vergonha
Raiva
Vergonha
Até que se abandona a má fé
Se reunifica espírito que se é
Ser existente.
Procura nas câmeras, não vê
Procura nos teatro, não sente
Procura nas arquibancadas, não ouve
Procura ordem dada, não houve
Só se pode sentir o teor corrosivo de suas mazelas
Diante de certo ponto de observação e degustação
Só se pode ouvir as risadas de infernais de suas esquinas
Diante de certo joelho ralado no chão
O ser existente percebe a escolha que fez
Depois de já ter machucado quem ama
Aceita de vez
Sua responsabilidade por seus pés na lama
E todo dia ele se equilibra no caminho das pedras
Sob a fossa de sua existência.
É a vida.
O músico consegue exorcizar os demônios de sua franqueza
O atleta supera-se e lida com suas fraquezas
O homem se lembra de pagar suas despesas
De repente, ao homem, não chega a comida na mesa
Ao atleta, perna treme, queda. Faltou destreza
Ao músico, corda tora, faltou sutileza
Ao poeta, falta rima, sentido, ritmo, sabor, realeza
Vergonha
Raiva
Vergonha
O poeta ouviu suas palavras maestrar suicídios
O músico ouviu seus tons trincarem vidros
O atleta ouviu vaia lhe romper
O homem ouviu proibição de comer
Vergonha
Raiva
Vergonha
Até que se abandona a má fé
Se reunifica espírito que se é
Ser existente.
Procura nas câmeras, não vê
Procura nos teatro, não sente
Procura nas arquibancadas, não ouve
Procura ordem dada, não houve
Só se pode sentir o teor corrosivo de suas mazelas
Diante de certo ponto de observação e degustação
Só se pode ouvir as risadas de infernais de suas esquinas
Diante de certo joelho ralado no chão
O ser existente percebe a escolha que fez
Depois de já ter machucado quem ama
Aceita de vez
Sua responsabilidade por seus pés na lama
E todo dia ele se equilibra no caminho das pedras
Sob a fossa de sua existência.
É a vida.
terça-feira, 21 de março de 2017
Ao terminar esse texto eu terei mudado
Quantas vezes ler, lerei uma vez só
Cada fungada é ação, renúncia de um estado
Bolo bom pra gente comer
A finitude
Vela que não quer acender
Sem ela não dá pra ser
Os pecados, os prazeres nos ajudam a inflamar
O lembrete fundamental: Sobre, viva, tudo vai acabar.
Debruçar-se nos domínios do real
Ver o turbilhão de vida que se perde
Na pressa, na pressão de ser ideal
Almas que amando são leves
Ano a ano
O mundo nos pede tantas metas
Pé de pano
Rápido ou lento, dou uma só, a única que me interessa
Tornar-me quem sou
Ao teu lado, Amor.
Até que a gente se consuma
Infinitos, injustos, lindos.
Assim como a finitude
Ou melhor, comemos.
Ela também nos come
Dá uma só.
Quantas vezes ler, lerei uma vez só
Cada fungada é ação, renúncia de um estado
Bolo bom pra gente comer
A finitude
Vela que não quer acender
Sem ela não dá pra ser
Os pecados, os prazeres nos ajudam a inflamar
O lembrete fundamental: Sobre, viva, tudo vai acabar.
Debruçar-se nos domínios do real
Ver o turbilhão de vida que se perde
Na pressa, na pressão de ser ideal
Almas que amando são leves
Ano a ano
O mundo nos pede tantas metas
Pé de pano
Rápido ou lento, dou uma só, a única que me interessa
Tornar-me quem sou
Ao teu lado, Amor.
Até que a gente se consuma
Infinitos, injustos, lindos.
Assim como a finitude
Ou melhor, comemos.
Ela também nos come
Dá uma só.
Olhos que brilham, olhos surpresa
Abraço amigo, não é gentileza
É necessidade de bem, saciada em duas partes
De luz, de luz, de luz
Dilui, maldade, dilui
Não há concorrentes que ceguem meu olhar de mim
E se dentro tem bondade
Saciar-me é olhar pra ti e saber que somos poesia.
Felicidade contínua
Fazer o melhor que pode
Quando pode
Como pode
Pra quem pode.
Amém
Abraço amigo, não é gentileza
É necessidade de bem, saciada em duas partes
De luz, de luz, de luz
Dilui, maldade, dilui
Não há concorrentes que ceguem meu olhar de mim
E se dentro tem bondade
Saciar-me é olhar pra ti e saber que somos poesia.
Felicidade contínua
Fazer o melhor que pode
Quando pode
Como pode
Pra quem pode.
Amém
Filho, hoje você já olhou o firmamento?
As nuvens dançam, as folhas vivas tornam-se espelhos
O sol reflete, novos satélites, luas de trevo.
Filho, você já olhou o firmamento?
Perceba que o hoje sumiu e a graça se fez arte
Quando de graça, me chamou pra fazer parte
Filho, já olhou o firmamento?
Perceba que você sumiu e o mundo continua
Tua postura diante da morte mostra a vida que é tua.
Filho, olhou o firmamento?
Perceba que o já sumiu. Nada é pra agora
Agora é só uma palavra num jogo de tempo que não sente a hora.
Filho, o firmamento?
É tua leitura de mundo.
As nuvens dançam, as folhas vivas tornam-se espelhos
O sol reflete, novos satélites, luas de trevo.
Filho, você já olhou o firmamento?
Perceba que o hoje sumiu e a graça se fez arte
Quando de graça, me chamou pra fazer parte
Filho, já olhou o firmamento?
Perceba que você sumiu e o mundo continua
Tua postura diante da morte mostra a vida que é tua.
Filho, olhou o firmamento?
Perceba que o já sumiu. Nada é pra agora
Agora é só uma palavra num jogo de tempo que não sente a hora.
Filho, o firmamento?
É tua leitura de mundo.
sexta-feira, 17 de março de 2017
Condicionaram-nos há tanto tempo.
Há tanto tempo
Que já não lembramos mais.
Escravizaram-nos à tanto tormento
Há tanto tormento
Que já nem sentimos mais.
Condicionaram-nos a sermos condicionadores
em cabelos rebeldes
Assim batizados por quem vê nos amores
Liberdade maldita, nova peste.
Cabelo livre, ato político
Meu cabelo é crespo, podes ver
Piolho firme é o sutil fascismo
Meu é cabelo é lindo, ruim é você
Condicionaram-nos há tanto tempo
Há tanto tempo
Que já não lembramos mais
Colonizaram-nos à tanto tormento
Há tanto tormento
Que sentimos demais
Corpo livre, ato político
Calor natural, recusa formal
Brotoeja firme é o teu cinismo
Proteção ao inferno, proteção ao machismo
Várias prisões a se comprar
Condicionaram-nos tudo
Até o ar.
Camisa social.
De que sociedade?
Favela desconhece. Choro, em prece
Para que domemos esses cânceres autótrofos, o consumismo e a censura.
quarta-feira, 1 de março de 2017
Sonhos de flores, encontros, amores
Sonhos de roubos, colos, choros.
Sonho da casa de vô
Sonho que um dia eu vou
Sonho, reflexo de vida
Sonho, desejo de vida
Sonho, que fura e mastiga
Sonho, que cura ferida.
O tempo vem como abelha
Trazendo o pólen da realidade
Alergia traiçoeira
Pra quem não acorda de verdade.
Acordar é florescer.
O que têm roubado de você?
Que colo te tira o sono?
Quem já sabia e não pôde dizer
Aquilo que estavam amando?
Os sonhos sabem quais são os nossos sentidos
Nos perguntam, de fato vocês ainda estão vivos?
Não responde, amor.
Viver e amar são respostas suficientes.
Cada um sabe onde mora seu sonho
E a força que ele sabe mobilizar
Sonhar com o cataclismo também nos faz lembrar
Da beleza do agora, da força da alma.
Corpo a corpo
Olho a olho
Beiço a beiço
Gozo a gozo.
Relaxe o coração
Ao voltar pra fora do sonho
Onde as dores têm sua razão
De ensinar-nos a viver melhor
Apesar da vida.
Sonhos de roubos, colos, choros.
Sonho da casa de vô
Sonho que um dia eu vou
Sonho, reflexo de vida
Sonho, desejo de vida
Sonho, que fura e mastiga
Sonho, que cura ferida.
O tempo vem como abelha
Trazendo o pólen da realidade
Alergia traiçoeira
Pra quem não acorda de verdade.
Acordar é florescer.
O que têm roubado de você?
Que colo te tira o sono?
Quem já sabia e não pôde dizer
Aquilo que estavam amando?
Os sonhos sabem quais são os nossos sentidos
Nos perguntam, de fato vocês ainda estão vivos?
Não responde, amor.
Viver e amar são respostas suficientes.
Cada um sabe onde mora seu sonho
E a força que ele sabe mobilizar
Sonhar com o cataclismo também nos faz lembrar
Da beleza do agora, da força da alma.
Corpo a corpo
Olho a olho
Beiço a beiço
Gozo a gozo.
Relaxe o coração
Ao voltar pra fora do sonho
Onde as dores têm sua razão
De ensinar-nos a viver melhor
Apesar da vida.
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