Um anjo
Torto
Sem casta nem mandamento
Um anjo
Rouco
De orar pra pôr fim no tormento
Um anjo
Louco
Que chora o distanciamento
Um anjo
Bobo
Aprendendo o valor do sofrimento
Um anjo
Fofo
Afim de usar seu talento
Expõe todas as suas faces
Pratica todo bem que sabe
E já cansado do contínuo
Vir-a-ser-sol-de-outrem
Perde a força da espada e do jibão
Vem-a-ser-só
Que a meta que lhe disseram
Era falsa
Meigo e indefeso
Sente todo peso
Das chibatadas distribuídas
Equalitariamente sob todas as faces
Jogam cuspe, merda, cruz, lágrimas, cruz, culpa, 100 moedas, 100 dedos na cara ou no cu.
Moedas
Para lembrar como se exige anjo.
Tem que ser distante que nem Deus.
Um anjo segue torto
Agora mais ainda
Que ele percebe ter uma só vida
Por vezes lacrimejantes sangues de amores perdidos me fazem sambar.
Se queres a felicidade
Mofada, celeste, pintada
Recomendo-te algum anjo
Que nunca tenha caído
E que por ter essas asas de ouro também não sabem caminhar
Eu sou o caminho
Eu sou o anjinho de Santa Maria de Fátima.
A padroeira de jardim Brasil.
Eu sou o anjinho da vida
Esta merda torta.
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