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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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domingo, 28 de junho de 2015

Insuportáveis

Cantado por Luiz Veloso /Quando? domingo, junho 28, 2015
Entre muitos somos poucos
Entre poucos somos povo
Entre o Gado somos gestão
Entre, Gestão. Aqui tem embrião.

Entre os loucos somos sãos
Entre os sãos somos outros
Que já não usam o chão
Nem o céu, nem o sim, nem o não

Meia Altura, vista bela
Entre os guias somos cegos
Entre os ricos somos favela
Entre os ciclos somos janela

Entre as metas somos arte
Entre as artes somos partes
Entre as partes somos gozo
Entre os gozos somos fé

Entre as cruzes somos espada
Entre as armas somos ternos
Somos regatas entre gravatas
Somos jazz entre Homeros

Verdade, estado da matéria
Nos tornamos quem já éramos
Bairro alagado, corpo elevado à sola do pé
Entre as marchas, somos ré

Entre os pulsos somos impulsos
Entretanto, somos controle.
Somos adoráveis, notáveis

Sobretudo, insuportáveis.

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terça-feira, 23 de junho de 2015

Teus Olhos

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, junho 23, 2015
Teus olhos
Indomáveis olhos
Espelhos do que eu quero ser

Mas vejo teus olhos
Amando o que já sou
Gerúndio no presente
Dado pra me dar prazer

Prazer, paradoxo.
Preta velha londrina
Emoções viscerais de menina
Olhos firmes de mulher

Teus olhos
Indomáveis olhos
Refletem-me sendo teu preto velho rei
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O Triste Fim Nos Olhos de Payá

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, junho 23, 2015
Payá era um índio feio
Era um índio jovem
Eis que o amor veio
E todas as coisas se movem

Payá era um jovem indo
Num caminho feio
De um deus que não era seu
E por isso não era lindo

Payá se corrompeu
De tão puro que era
Quase curva sua nobreza
Às curvas do corpo dela

A dor era eminente:
Abdicar do que sempre se quis
Mantendo o melhor de si
Ou julgar-se insuficiente?

Payá temeu não ser sábio
Com a permissão do tal deus
Enroscou-se numa folha
E dormiu cem anos.

Melhor que ver o amor partir
Foi vê-lo ruir
Do “posso” que a tingia de orgulho clero
Ao pó-osso que atingia sua ferida Eros

Finalmente limpo
Ansiou por seu olimpo:
Matas virgens, bichos falantes, curumins.

Quando Payá abriu os olhos
Tinha cento e catorze motivos
Pra sentir ódio de seu sono tranquilo.

Não havia mais a dor
Daquele amor hoje trivial
Diante da maldição que parecia irreal

Os bichos tinham se calado
Diante das coisas dos homens
Que se deixavam morrer de fome
E só se olhavam de lado

Os curumins não se ralavam
Só brincavam sentados
Dos velhos não mais ouviam
Histórias dos antepassados

Aliás só sabiam correr de si
Em direção a estática morte do devir

Payá sofria muito mais do que antes
Estava de luto por algo mais importante
A nova era do homem.

Payá não sabia sofrer
E quis dormir quantas luas bastassem
Para que o eterno retorno o fizesse Adão
E ele pudesse não perpetuar a espécie

A mãe natureza perecera
De qualquer maneira,
Teu destino é chorar, pobre Payá

Pelo amor de uma mulher
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Excel

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, junho 23, 2015

Minha função é solitária
Não cabe no Excel
Não relata o que sinto
Não checa o que omito

O mito é afiado
Dilacera-me em sonhos de outrem
Minha dádiva é pesada
E estanca a voz apertada

O grito não sai
Senão em suspiro e calmo sermão
Dizendo que em todo amor
Há operação

Mudança de pele é o que mais sai
A estética está em alta
A verdade está em baixa
Diz-se que é tarde cedo demais

Minha função é viva
Dentro das células e nas colunas
que sustentam o teto de vidro

É azul e quebra fácil.
Por quanto assinam seu céu?

Se for céu, mas não for seu
Tornar-se-á ex-céu

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De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
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seja para enaltecer-me, seja para julgar-me nada
seja para tardar o amanhecer, seja para não acordar...
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para vocês que suportam.

Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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