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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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sábado, 31 de outubro de 2020

Texto Aéreo 5 - Favela

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, outubro 31, 2020

Barbaridade

É a ferida histórica que ainda sangra

De ancestrais que não podiam

Cuidar de suas feridas


Capaz

De suportar tortura que não estanca

De ancestrais que fingiam

Não odiar suas lidas


E seus descentes

Após terem condições

De ter os bolsos cheios de dinheiro

Seguem enriquecendo os barões


Gastando milhares em luxos

Que oprimem irmãos e irmãs

Que ainda se sentem culpados

Por não ter ostentações


Ou filtro do Instagram

Para ocultar imperfeições

Éramos perfeitos, harmonizados

Até chegar o invasor

E nos ter usurpado


É por essas e outras

Que no meu coração

Sempre haverá uma favela



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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Texto Aéreo 4 - Espinhoso Gramado

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sexta-feira, outubro 30, 2020

 Gramado é uma cidade linda

Com árvores que me foram inéditas

As araucárias gigantes e sérias

Que muito me inspiraram ideias


Quando treinei movimentos de base

Na grama que possuía espinhos

Filhos das árvores gigantes

Que dificultavam o caminho


Mas foi gingando devagarinho

Sentindo o que precisava ser sentido

Que fui limpando o espaço

Para com mais confiança

Poder pisar descalço

Sob aquele gramado


Gramado é uma cidade linda

Onde tudo é muito caro

De refeição a chaveiro

Nada sai barato


Estradas lindas repletas de Pinheiros

Onde ao chegar reflito:

Porque tão poucos negros?

Lá vem Buga Mel favelar o texto…


Que posso fazer eu?

Se vejo em cada tijolo

O trabalho escravo 

Que fingiu findar-se em 1888?


Nada

ou pelo menos

Fazer um jogo solo

Em frente a catedral de pedra

Embora calçado

Depois

Treinar descalço

em espinhoso Gramado



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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Texto Aéreo 3 - Conexão once a Poa Time in Rec

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, outubro 29, 2020

 Era uma vez em Porto Alegre

Um porteiro que viu tudo

E disse a uma moradora

Do condomínio


Que o homem nervoso

Afirmava o inverossímil

E uma mulher nervosa

Afirmava um raciocínio


Que não querendo mais debater

O homem atirou o celular na piscina

Que não era a prova d'água

Enquanto isso eu me lembrava


De um garoto do recife

Me contando porque foi tomar

De uma velhinha indefesa

Seu aparelho celular


Provavelmente você não vai entender

Porque está lendo esse poema

E certamente pôde ter

Acessos que esse jovem não teve

Por isso não vou me estender


Mas os diversos outdoors

Tentam convencer

Que só há felicidade

Naquilo que não se pode ter


E quando você tiver

Já haverá um novo modelo

Para te enjaular no gelo

Do doentio consumo

De devorar tudo



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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Texto Aéreo 2 - Desacompanhado

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, outubro 28, 2020

 

Quem gosta de me ler

Talvez ande triste ou decepcionado

Por procurando poema

No meio do caminho ter voltado


Que Manoel Bandeira me ensinou

Na evocação do recife, A pobreza da sintaxe 

E Mestre Neném de Olinda, cidade mais antiga

Me ensinou a melhor parte


De lá pra cá

Tenho escrito, falado e lido

Mais o que falam as ações

As belezas dos corpos e suas pulsões


Ainda assim, no corpo da criança

Que viajava sozinha

Nas fileiras Premium

Havia uma plaquinha:


"Menor Desacompanhado"


De todo resgate social

Que o Mestre tem me ensinado

De crianças altivas, famintas, viradas

Descalças, abandonadas, emocionadas


Fico aqui me perguntando

Se é porque elas não são

Premium

Que elas não carregam placas


E é melhor que não carreguem

Pois certamente seriam

Ainda mais alvejadas


Nosso Premium é seu sorriso

O do estado é a bala



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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Texto Aéreo 1 - Anunciação

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, outubro 27, 2020

 Eu passei dez dias no sul

Para cada dia, havia um poema

Que não escrevi na agenda

Mas escrevi no imenso azul

 

São textos aéreos

Escritos enquanto estava

Pairando entre nuvens

Que me inspiravam

 

Todos no vôo de volta

No qual ganho mais asa

Que também sendo Luiz

Não posso esquecer a fala

 

Que o melhor da festa

É sempre voltar pra casa

 


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Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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