Um anjo
Torto
Sem casta nem mandamento
Um anjo
Rouco
De orar pra pôr fim no tormento
Um anjo
Louco
Que chora o distanciamento
Um anjo
Bobo
Aprendendo o valor do sofrimento
Um anjo
Fofo
Afim de usar seu talento
Expõe todas as suas faces
Pratica todo bem que sabe
E já cansado do contínuo
Vir-a-ser-sol-de-outrem
Perde a força da espada e do jibão
Vem-a-ser-só
Que a meta que lhe disseram
Era falsa
Meigo e indefeso
Sente todo peso
Das chibatadas distribuídas
Equalitariamente sob todas as faces
Jogam cuspe, merda, cruz, lágrimas, cruz, culpa, 100 moedas, 100 dedos na cara ou no cu.
Moedas
Para lembrar como se exige anjo.
Tem que ser distante que nem Deus.
Um anjo segue torto
Agora mais ainda
Que ele percebe ter uma só vida
Por vezes lacrimejantes sangues de amores perdidos me fazem sambar.
Se queres a felicidade
Mofada, celeste, pintada
Recomendo-te algum anjo
Que nunca tenha caído
E que por ter essas asas de ouro também não sabem caminhar
Eu sou o caminho
Eu sou o anjinho de Santa Maria de Fátima.
A padroeira de jardim Brasil.
Eu sou o anjinho da vida
Esta merda torta.
domingo, 8 de outubro de 2017
Se Deus fosse promessa ou juramento
Ele estaria muito preocupado
Se a gente acredita nele ou não
E acho que ele nem tá
Que promessas vem e vão que nem tumor
E a minha inocência se foi faz tempo
A maldade dos homens é o horror
Que nos mata de amadurecimento
Se viessem a mim todas as criancinhas
E eu pudesse lhes dizer algo
Com autoridade de quem matou a adultez
Diria forte, uma só vez
Lili, Ame.
Que todas as crianças moram em ti.
Lili, Ame.
Que a coisa mais inocente é sorrir
Lili, Ame.
Que chegaram lírios pra você cheirar
Olhando pro teto que já lhe foi familiar
E fazendo nascer nele a pureza, o Silêncio, a ilusão.
o sonho é a intenção de dias melhores.
Sonho, sono, silêncio.
Sonho que o amor venceu tudo
Sono bem dormido depois do almoço
Silêncio, que não tenho o verbo todo
Ação, toma aqui um pedacinho de bolo.
Enquanto isso
Lili, Ama.
Que lírios não nascem sozinhos.
Ele estaria muito preocupado
Se a gente acredita nele ou não
E acho que ele nem tá
Que promessas vem e vão que nem tumor
E a minha inocência se foi faz tempo
A maldade dos homens é o horror
Que nos mata de amadurecimento
Se viessem a mim todas as criancinhas
E eu pudesse lhes dizer algo
Com autoridade de quem matou a adultez
Diria forte, uma só vez
Lili, Ame.
Que todas as crianças moram em ti.
Lili, Ame.
Que a coisa mais inocente é sorrir
Lili, Ame.
Que chegaram lírios pra você cheirar
Olhando pro teto que já lhe foi familiar
E fazendo nascer nele a pureza, o Silêncio, a ilusão.
o sonho é a intenção de dias melhores.
Sonho, sono, silêncio.
Sonho que o amor venceu tudo
Sono bem dormido depois do almoço
Silêncio, que não tenho o verbo todo
Ação, toma aqui um pedacinho de bolo.
Enquanto isso
Lili, Ama.
Que lírios não nascem sozinhos.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Os ricos estão morrendo.
Tantos mortos nos estados unidos.
Um cara pegou uma metralhadora
E atirou em todo mundo.
Puft
Os pobres estão morrendo
De fome, de ódio, de exclusão, de gemidos (até de crianças)
Mas não têm bandas avassaladoras
Fazendo trilha pra morte dos imundos
A poesia morre, nascem os números.
Quem está sendo mais assassinado?
A poesia morre, contam os números.
O que é mais noticiado?
A poesia morre.
Na fila do SUS
E da mídia
Tantos mortos nos estados unidos.
Um cara pegou uma metralhadora
E atirou em todo mundo.
Puft
Os pobres estão morrendo
De fome, de ódio, de exclusão, de gemidos (até de crianças)
Mas não têm bandas avassaladoras
Fazendo trilha pra morte dos imundos
A poesia morre, nascem os números.
Quem está sendo mais assassinado?
A poesia morre, contam os números.
O que é mais noticiado?
A poesia morre.
Na fila do SUS
E da mídia
Assinar:
Postagens (Atom)