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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Decida

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, janeiro 30, 2017
Era uma vez
Um peixe sonhador
Que sabia viver
 Num ciclo de dor

Em águas carinhosas
Que de tanto lhe afogar
Fez-lhe crer que a vida
Só tinha conforto pra dar

Um dia o peixe nadou para a superfície
Saltou tão alto quanto podia
Mirou o infinito azul céu
Que imensidão linda.

Vento seco, tão cortante
Tanto medo num instante
Seus órgãos estranharam tanta falta de carinho
Clamaram pela queda noutro azul infindo

Saltar, prazer verossímil
Saltar, pecado terrível
Saltar, vida necessária
Saltar, redenção arbitrária

O carinho da água lhe arranhava
O corte do vento aterrorizava
A força da água lhe aprisionava
A força do vento lhe desamparava.

...

Era uma vez uma ave.
Voar era sua prisão
Liberdade maldita
Sua natural condição

Ventos lhe acariciavam
Mas não lhe interessavam
Como o infinito azul do mar
Paixão na qual mirou e decidiu mergulhar.


As águas já não eram mais lindas
Lhe aterrorizava
Lhe roubava os sonhos
Na medida que a afogava.

Voltando pro seu céu
Já não sabia que destino abraçar
Será que havia diferença em qual vida cursar?

Seis por meia dúzia
Dor por dor
Dúvida por dúvida
Solidão por mal de amor.

O peixe sonhava com o céu
A ave sonhava com o mar
Foram ambos se aventurar

Nesta segunda vez,
O acaso não foi cortês
Se chocaram.
Morreram.

Viveram, sofreram, sonharam, morreram.
Tudo com amor.
Se foram felizes?
Quem decide é você, leitor.





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Me Ame

Cantado por Luiz Veloso /Quando? segunda-feira, janeiro 30, 2017
Pra quem ama, luta
Pra quem sonha, luto
Por quem sonho, luto
Quem me ama, luta

Se não ama, espera
Se ama, desespera
Se não ama, chora
Se ama, vem-te embora

Me ame como Cristo ou Gandhi.
Quebrando tudo que te aborrece
Negando aquilo que te apetece.

Mas não esquece.
Meu defeito, ser cristão.
Idealista, nascido na véspera.
Morro antes da festa.

Pra não ver as cachaças
Que nego ter endossado
nos amores, nas desgraças
Estigmas do passado.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Me Tira Daqui

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quarta-feira, janeiro 25, 2017



Me tira daqui, Rubi.
Me leva ali, perto do vulcão que te viu nascer
Me deixa conter erupção que esvazia você

Me tira daqui, Rubi
Sonho que segue a crescer
Como flor, como tumor, quem vai saber?

Me tira daqui, Rubi
Deixa eu dizer o que tu gostas de ouvir
Deixa eu bagunçar você?

Me tira daqui, Rubi.
Que eu provoco erupção
Agora deixo ela sair e expurgar farpas do coração. 

Me tira daqui, Rubi.
Nosso olhar, mais um laser
Do teu corpo de luz coberto com meu blazer

Dorme não, Rubi.
Acorda que o tempo ruge e grande é a Sapucaí.
Samba comigo, Rubi
Sonha comigo, Rubi.
 

Me tira daqui.
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Moderato

Cantado por Luiz Veloso /Quando? quinta-feira, janeiro 19, 2017


Um jardineiro com sede de mais
Quase matou sua flor afogada
Outro matou.

Um surfista com sede de mais
Desrespeitou sua jornada
Outro se afogou.

Um iluminador triste de mais
Pôs luz de cegar alma
Outro cegou.

Nobre virtude, moderação.
Segunda chance, uma ilusão.
Que pode, por acaso, acontecer
E oportunizar nascer outras flores bonitas, outros surfistas, outras luzes.

Segunda chance, uma ilusão.
Que pode, por caso, acontecer
E oportunizar morrer
Tudo em si que não é você.

Tempo, soberano.
Quantos segundos o senhor me dá?
Quantas segundas? Quantas terceiras pessoas profundas?
Preciso decidir agora?

Então decido.
Nada sei, vou indo.
Vivendo, aprendendo, morrendo, vivendo de novo.
Em moderato, sol maior.

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domingo, 15 de janeiro de 2017

Perdeu, Perdeu, Perdeu

Cantado por Luiz Veloso /Quando? domingo, janeiro 15, 2017


Amor que tava ausente,
Morreu
Jardim que não regou
Morreu
Pássaro que não alimentou
Morreu
Escolha que fez mal
Perdeu
Trampo que não honrou
Perdeu
Celular que vacilou
Perdeu.

Brasil

Vacilou, perdeu.
Vacilou, morreu.
Sempre tem alguém mal alimentado
Tomando de você o que não lhe foi dado

Ou alguém que já se acostumou a ter tudo
E não vê o absurdo
Em te usar até a última compra

A vida só se torna viva com o exercício de ir e vir
Um espaço só se torna público com o exercício de ir e vir
É preciso ocupar e resistir
Ou vamos perder tudo.

Até o amor?
É. Até o amor.

Direito de ir vir.
Luxo de quem tem
Condições de expurgar
Pensamento que faz bem.


Até o amor?
É. Até o amor.

O que é público?
O que é privado?
Escolha de quem luta
Pra não ser manipulado.
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sábado, 14 de janeiro de 2017

Fios Cinzas

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, janeiro 14, 2017


Atlas enfrentou Zeus
Atlas perdeu
Atlas não podia amar o mundo
Atlas tinha que segurar o céu

Davi enfrentou Deus
Davi perdeu
Davi não podia amar todo mundo
Davi tinha que marchar pelo céu

Como castigo, Atlas não podia amar.
Como missão, Davi não podia amar.
Atlas guia quem Zeus manda
Davi protege o que Deus ama

No pós-vida, Ícaro e Cristo sorriem juntos.
Ícaro amou o Sol tanto quanto deu
Cristo fez com as leis o que bem entendeu

No pós-vida, Davi e Atlas choram juntos
Os fios cinzas que no juízo coletaram, cinzas que não vingaram
Fênix que não voltou, amor que viajou enquanto eles salvavam o mundo.

Mas eles salvaram o mundo?
Deles mesmos? Um sorriso de canto de boca.
Malícia do submundo, anjos tortos, imundos.
Cheios de amor proibido.

Fios cinzas correm os asfaltos
Lembram os atos de heroísmo
Tanto quanto atos falhos
Filhos de nossos sacrifícios

Numa boca cabem quantos sorrisos?
Se beijam, no máximo dois.
Há choros que possibilitam tantos sorrisos
Deixa que eu conto depois.

Cristo, Ícaro, Atlas, Davi.
Dançam, se matam, se amam
Numa guerra santa
Dentro de mim.
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De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
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seja para enaltecer-me, seja para julgar-me nada
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Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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