Queriam
que a gente fosse de ouro.
Disseram-nos
que nenhuma sujeira nos afligiria
E
que não teríamos esponja na cara todo dia
Preferimos
o bronze.
Só
a vitória não diz nada sobre nós.
Homens
de bronze degustam melhor a vida.
Perdemos
de tirar tantas fotos, preferimos olhar nos olhos
E
acender o que seu universo exclusivo queria dizer.
Brilhamos
muito no verão também.
Mas
no inverno é lindo que a gente está tudo enlaçado,
não
se sabe o que é perna e o que é braço
Pra
ti parece que o abraço é pra fugir do frio que está a fazer
Mas
novamente lembro:
Preferimos
olhar nos olhos e acender o que seu universo exclusivo queria dizer.
Outro
chorou quando da neve guardei um bebê.
Perguntou
se foi isso mesmo e eu o lembrei:
Preferimos
olhar no olhos
E
acender o que seu universo exclusivo queria dizer
Há
quem achou invasivo tanta foto da gente
Que
esses visitantes são serpentes vendo através de lentes que nublam o real ato de
ver.
Lembro:
Preferimos
olhar no olhos
E
acender o que seu universo exclusivo queria dizer.
Bronze
para sempre, dança de ganhar e perder.
De
inversos, brechas, falhas, caos, sentidos
Juntar
matéria pro universo tecer
Quantos
de si puder, em cada olhar fazer nascer um novo sentido,
Tudo
que é você.
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