Culpado.
Não
cabem argumentos no martírio.
Calado,
internalizo o grito.
Fiel
ao ideal, como um herói incomum,
arrumo
espaço num cantinho da alma
pra
caber a energia de mais um.
Pra
me abastecer,
me
gasto, me perco, volto pro fim.
Lutando
pela salvação do mundo,
esqueci
de salvar a mim.
Talvez
meu combustível seja mesmo apadrinhar dores.
Mas
ontem o absurdo me chocou.
Vislumbrei
um fumante chorando
em
função do câncer de pulmão que tinha levado quem ele amou.
Faltou
dinheiro pra tratar, faltou vontade de escutar,
faltou
humildade, faltou verdade.
Diante
deste grande mal,
reconheço
que de nada adianta podar o jardim de quem amo
se
for pra estragar meu quintal.
Afinal,
não tá tudo ligado numa coisa só?
Salvo
o engano da retórica,
não
quero esse discurso num tom arrogante.
Busquem
suas verdades e serão mais livres do que antes.
1 comentários:
Tem coisas que são secretamente sagradas. Estranhamente ou não precisava dessas palavras.
E além de tudo, estupidamente sincero. É forte, vivo e belo o que vc escreve. E... és extramamente coerente ao que tu escreve, sei porque te conheço bem. Obrigada!
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