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Canto de Buga

Lar de minha alma. e com a devida permissão, das suas.

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sábado, 24 de dezembro de 2011

Quebráveis

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, dezembro 24, 2011
Objetos possuem significados sensíveis...

O papelzinho que guardava o brigadeiro sujava o chão.
Coloquei-o no bolso pra preservar o ambiente.
Cheio de ressaca, na noite seguinte
o lixo foi toda a lembrança da noite de emoção.

O brilho do amor da gente
presente no anelar
representa a morte da infância
de quem, em outro continente, teve que garimpar.

A garrafa de vinho que ganhei  no natal
também estava em posse do animal
que em um acidente maldito
matou à si e ao meu ente querido

Respeito vossas crenças, caros leitores.
Mas é por essas e outras que não uso objetos pra me comunicar com Deus.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Reparo

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, dezembro 20, 2011
Guarda tua roupa
Te veste de lua
vem sem vaidade mostrar tua
beleza real, criatura

Do teu rosto, tira a tinta
não precisas dela pra ser linda
vem como és
e aos teus pés, serei teu mais ainda

Percebo que descabelada,
com rosto cru e roupa rasgada
não precisas de concerto
me bastam teus lábios, tua alma, teus seios

Comparece!
Antes que uma falsa moral nos veja
vinde a mim como és
minha antideusa!
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sábado, 26 de novembro de 2011

Eu Vivo

Cantado por Luiz Veloso /Quando? sábado, novembro 26, 2011 Marcadores: Flagrados
Nunca houve desespero tão bruto
quanto este que habita em mim
que sou o reles fruto
que outrora colhi

Me despi no verão, tive frio.
Vestido no inverno, suei demais.
Quis incendiar o outono, não havia folhas secas.
Na primavera, faltou orvalho, sobrou sede de paz

Pedi ao senhor o término das batalhas.
Fui atendido.
Fiquei com velhice, samba sofrido
semblante sereno, cerveja gelada

...e uma queimadura?
De que estação?
Pulsa nostalgia arterial
nessa divina conexão epitelial

Dói.

Clamando aos céus
reconheço o absurdo que pedi.
Sem as cicatrizes da alma
não haverão provas do que vivi
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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Busca

Cantado por Luiz Veloso /Quando? terça-feira, novembro 01, 2011
Desculpe-me por não me sentir triste
e por sentir essa coisa que não sei se existe
em ti.

Desculpe-me pela peculiaridade de meu pedido.
É que meu espírito foi invadido
por nós.

Desculpe-me. Mas quero que sejas cada vez menos minha!
para que a cada dia, eu possa te conquistar mais ainda
e findando a saga, consolidar-se-á nossa união divina
para que eu, encontrando a perdição, na selva de teu coração
possa caçar
à mim.
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domingo, 16 de outubro de 2011

Alma Em Caminhada

Cantado por Luiz Veloso /Quando? domingo, outubro 16, 2011 Marcadores: Flagrados


Após a despedida
a estrada costuma doer.
Alguém sabe me dizer
a razão da anestética?

Árvores tão bonitas que deixo pra trás...
Quero retroceder!
mas não o farei.
Devem haver outras mais belas pra ver.

Vislumbro a mais linda.
Ausente de mim, quase trepo.
Vou chegando perto
e hesito mais ainda.

Então escolho ouvir a voz do Deus dentro de mim:
''Siga robusto, abandone!
ide e matura as passadas do coração
para que batalhas já vencidas não caibam na visão''


...

Prazer, estranhos.


Sou livre.
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Luiz Veloso
De onde vim, sou turista. Pra onde vou, sou oriundo. Meu lar é todo o mundo, Meu mundo é artista.
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Seja para alcançar a glória, seja para manter a mente ocupada
seja para enaltecer-me, seja para julgar-me nada
seja para tardar o amanhecer, seja para não acordar...
eu escrevo!
para vocês que suportam.

Basta de poemas individualistas e que servem muito mais a quem os faz do que a quem os lê - Artaud

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