É
bem difícil olhar no espelho
Depois
de tanta luta pra negar-se a si mesmo
A
dor que chega primeiro, é o velho desespero
Que
em cada fio de sua longa barba
Carrega
toda a vontade não realizada
Querendo
seduzir-nos a tornar a carne saciada.
Uma
orelha...
Que
só quer um pouco de voz amiga ao anoitecer
Um
pulmão...
Que
só quer combustão pra matar o frio
Uma
boca...
Que
só queria colar-se a de qualquer ser
Uma
pele...
Que
se estica querendo atritos mil
Seja
uma voz, um trago, um colo, um gole, um beijo...
no
fim da noite, é tudo vício do mesmo jeito.