Eu
olhei nos olhos dele e vi nada
De
repente era verão,
Piscou
o olho era outono
Neve
caía, piscou de novo, flor me queimava
Eu
era feliz
Ele
piscou como um paquera
Em
prantos, ruí. Nada é o que eu achei que era.
Ele
piscou de novo. Seus cílios varreram de mim meu deus.
Seus
cílios varreram de mim meu deus,
Meu
feliz para sempre, minha salvação, minha certeza.
E
o reino eterno que me foi prometido?
E
o bom servo que tenho sido?
E
o galardão em que tenho crido?
Ele
pisca.
Por
fim, se re-vela por que eu me abri.
Era
o tempo.
Vinha
me dizer que tudo o que era podia muito bem não ser
Nada
tinha porque e os fundos flutuavam.
Veio
me dizer que, em nome do pai, também era sua filha.
Pai
dedicado trouxe-me angústia e ofereceu-me sua mão.
Não
lhe falei que era casado, nem disse não.
Nem
disse sim, tinha a ilusão que não escolher era uma opção.
Errado,
meu silêncio a convidava, e a gente se traçou com vigor lancinante.
Mas
ela se irou quando descobriu que era amante.
Quis
tornar-se a oficial, temi essa voraz por algum tempo.
Mas
aprendi com a soberania de seu pai, a olhei nos olhos, acariciei seu queixo com
o polegar e o indicador da minha mão direita e disse como fosse um gozo:
Como
teu pai me disse, Como eu, como a vida, como deus, como tudo, tu também
passarás.