Tenho
vivido sobre inconstância
Numa
vida diferenciada
Ouço
em cada esquina
Batida
de coração beirando estrada
Em
cada esquina sinto cheiro de terra molhada
De
cachaça, suor e sangue
Numa
terra promíscua
Onde
não se produz nada
Em
cada esquina sinto o calor de amantes
Sou
libertino! Elas me amam por isso
Com
a minha falta de compromisso
Faço-as
viver como nunca viveram antes
E
foi na esquina da dúvida
Que
avistei uma flor
Com
uma proposta indecente
Uma
proposta de amor
E
na esquina do pudor
Dentre
a ressaca de corpos delirantes
Eis
que surge a frase dissonante:
Por
você eu sinto amor
Então
se finda a saga do libertino
Que
era homem e virou menino
Pois
amou...
Sem
vergonha e sem juízo.